segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Setor de TI: Sobram vagas, faltam profissionais

Novas tecnologias, novas oportunidades em todo o mundo. Mas para aproveitar essas chances é preciso preparo. Será que o Brasil está pronto para esse desafio? O desafio é vencer a falta de capacitação. São vagas de trabalho não preenchidas porque os candidatos não sabem falar inglês.
São muitas vagas e o que falta não é nem conhecimento em informática. Falta falar a língua que já se tornou universal: o inglês. Esse mercado tem crescido num ritmo dez vezes maior que a economia brasileira. O que obriga as empresas a investir tempo e dinheiro para dar aos empregados o que a rede de ensino não oferece.
Uma indústria diferente, sem máquinas nem barulho. A principal ferramenta é a inteligência: esta é uma fábrica de programas de computadores. Fábio tinha apenas o colegial quando entrou, há dois anos.
“As pessoas têm dúvida se vão ser médico, advogado. Eu sempre soube que era isso que eu queria”, conta.
Os programas de computadores, também chamados de softwares, estão espalhados por todos os lados e, muitas vezes, nem percebemos. Na hora de fazer uma ligação telefônica, por exemplo, um simples gesto aciona uma infinidade de códigos e caracteres de um programa que vai localizar um outro número de outra linha de telefone. Os softwares fazem parte cada vez mais do nosso dia a dia e é por isso que em todo mundo a área é considerada estratégica.
Bancos, comércio, indústria - todos precisam de softwares para funcionar. No mundo, esse mercado movimenta mais de R$ 1 trilhão por ano. Muitos trabalhos são feitos fora da fronteira dos principais países, como os da Europa, Estados Unidos e Japão.
A Índia é o principal fornecedor. Mas como a procura cresce em ritmo acelerado – 40% ao ano - o Brasil tem um grande espaço para conquistar.
“De hoje até 2010 nós precisamos preparar 100 mil profissionais, para que possamos exportar da ordem de US$ 5 bilhões, R$ 10 bilhões. Hoje exportamos US$ 1 bilhão, mais ou menos”, contabiliza o presidente da Associação Brasileira de Exportadores de Sofwares e Serviços Antonio Carlos Gil.
Clientes não devem faltar. O grande problema para chegar lá é a mão-de-obra qualificada. Hoje as empresas do setor precisam de 20 mil trabalhadores e não encontram. Uma fábrica fechou dois contratos com bancos estrangeiros no mês passado. Conseguiu contratar 300 funcionários. Mas precisa de outros 500. E é difícil achar.
“O inglês é o maior obstáculo, tanto que estamos treinando 300 pessoas por uma e meia por dia, quatro dias por semana. O maior investimento é inglês”, conta o presidente da empresa Jair Ribeiro.
Em outra fábrica de softwares também sobram vagas. Os lugares para os novos funcionários já estão colocados.
“Mensalmente a gente gira em torno de 300 vagas em aberto, dentro da nossa empresa. Buscando no mercado incansavelmente mas não conseguimos preenche-las”, diz o diretor Antonio Claudio do Nascimento.
Juliane conseguiu estágio há quatro meses. O curso intermediário de inglês ajudou e muito. “Por enquanto eu só estudei em escola pública, mas agora que já tenho meu trabalho, meu salário, vai ficar mais fácil”, planeja.
“A alternativa é a gente se desenvolver, o mercado está pedindo, está crescendo 40% ao ano, então a gente tem que se mexer agora para fazer isso acontecer”, aponta o diretor da unidade de negócios Antonio Claudio do Nascimento.
A falta de profissionais que falem inglês nessa área de tecnologia é mesmo crítica. Uma das empresas mostradas na reportagem dá até bônus no salário para o empregado que indicar um amigo, caso ele seja contratado. (Fonte: http://www.brasscom.com.br)

Projeto que garante 30 dias de férias a estagiários é aprovado no Senado

O Senado aprovou na manhã desta terça-feira (6/11) substitutivo ao projeto de lei (PLS 473/03) que regulamenta o estágio de estudantes de instituições de educação superior, educação profissional, ensino médio, educação especial e de jovens e adultos. O texto, que segue agora para votação na Câmara, garante férias de 30 dias nos estágios com duração igual ou superior a um ano.
Segundo informações da Agência Senado, a senadora Ideli Salvatti (PT-SC), relatora na Comissão de Assuntos Sociais, espera que o projeto seja sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até o dia 7 de dezembro, quando a "obsoleta" lei de estágio em vigor completa 30 anos. O entendimento foi firmado pelos senadores resultou na rejeição ao projeto de lei da Câmara (PLC 44/07), de iniciativa da Presidência da República, que tramitava em conjunto com o PLS 473/03, de autoria do senador Osmar Dias (PDT-PR).
De acordo com o substitutivo, que também incorporou emendas de plenário, o estágio poderá ser ou não obrigatório, mas não cria vínculo empregatício. A instituição concedente do estágio deverá oferecer seguro contra acidentes pessoais ao estagiário, obrigado a apresentar relatórios semestrais dessa atividade. Além de órgãos públicos e empresas privadas, poderão contratar estagiários profissionais liberais de nível superior registrados no respectivo conselho profissional.
A jornada de estágio será de quatro horas diárias e 20 horas semanais no caso de estudantes de educação especial e de educação de jovens e adultos. Para os estudantes do ensino superior, da educação profissional e do ensino médio, foi estipulada carga horária de seis horas diárias e 30 horas semanais. A duração máxima do estágio na mesma empresa será de dois anos (exceto para estagiário com deficiência).

domingo, 11 de novembro de 2007

Seminário sobre Reforma Tributária e o Pacto Federativo

Na última sexta-feira (09 de novembro), o ex-governador do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto, participou do Seminário sobre Reforma Tributária e o Pacto Federativo na IMED, em Passo Fundo. Em sua palestra, Rigotto explanou sobre a falta de definição de competências entre união, estados e municípios brasileiros, e sobre os encaminhamentos de propostas de reforma tributária, desde o governo Fernando Henrique Cardoso.
Germano Rigotto afirmou que na Constituição de 1988, havia menos tributos, mas ao passar dos anos e dos governos, foram criando novos impostos. Em sua opinião “o maior problema do sistema tributário nacional é a grande quantidade de tributação que recai sobre o consumo”. A reforma tributária facilitaria o pacto federativo, realizando as mudanças estruturais que o país precisa. ”Sem isso, o dinheiro público vai continuar passeando da União para os estados e municípios, se perdendo pelo caminho e dando margem à corrupção, ao fisiologismo e ao clientelismo”, conclui.
O debate trouxe vários pontos de vista sobre o tema: do setor empresarial, dos trabalhadores, da esfera do governo federal, e por isso, evocou elementos que contribuem para formação de opinião em torno do assunto. Segundo o coordenador do curso de Gestão Pública da IMED, Jandir Pauli, “é tarefa do curso estar sintonizado com os debates das comunidades regional e nacional”.
O seminário foi uma realização do Curso de Gestão Pública da IMED em parceria com a FAMURS (Federação dos Municípios do RS) e ACISA (Associação da Indústria, Comércio e Serviços Agropecuários de Passo Fundo). Participaram do encontro, ao lado de Rigotto, o Presidente da FAMURS, Flavio Lammel, o deputado federal do PT, Marco Maia, o presidente da CUT/RS, Celso Woyciechowski, o representante da ACISA, Zílio Pavan, e o professor da IMED, Dr. Vilmar Boff.

Revista Brasileira de Pós-graduação recebe colaborações

A Revista Brasileira de Pós-Graduação (RBPG), editada pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes/MEC), recebe artigos científicos para sua edição nº 9, até o próximo dia 18 deste mês.
Além da pós-graduação, os trabalhos poderão abordar temas relacionados às áreas de educação superior, ciência e tecnologia, e cooperação internacional. As colaborações podem ser enviadas por autores brasileiros ou estrangeiros. Os trabalhos devem ser inéditos, em forma de estudos e pesquisas de caráter acadêmico-científico, opiniões, ou experiências inovadoras. Para mais informações acesse aqui (www.capes.gov.br)

Cursos a distância: mudanças na avaliação

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) já dispõe de novos instrumentos de avaliação para a educação superior a distância. Com eles, o instituto estará apto a fazer o credenciamento de instituições para a oferta dessa modalidade de ensino e de pólos de apoio presencial, além de autorizar cursos.
O Inep desenvolveu os instrumentos de avaliação a partir dos referenciais de qualidade, objeto de consulta pública em agosto, determinados pela Secretaria de Educação a Distância (Seed/MEC). Foram estabelecidos critérios para avaliar desde a gestão dos cursos até a formação dos professores e instalações físicas das instituições.
Com o crescimento do número de instituições que ofertam cursos a distância, a regulação, segundo o secretário de educação a distância, Carlos Eduardo Bielschowsky, deve promover a qualidade. “O MEC não está fechado em um único modelo de educação a distância, mas propõe diretrizes”, diz. A regulamentação proposta considera a necessidade da existência de aulas presenciais obrigatórias na formação dos alunos, com pólos de apoio.
Os instrumentos de avaliação, homologados pelas portarias nº 1.047 , nº 1.050 e nº 1.051 estabelecem um conjunto de regras sistêmicas e marcam um novo e importante momento no processo de avaliação da educação superior brasileira ofertada na modalidade a distância. Sua utilização é indispensável para os avaliadores das instituições de educação superior, dos pólos de apoio presencial e dos cursos superiores. (Fonte: www.mec.gov.br)

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Segundo Exame de Ordem gaúcho do ano aprova 36,4%

A Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio Grande do Sul registrou o percentual de 36,4% de aprovação na sua última edição do Exame de Ordem, a segunda do ano. “O número de aprovações mostra a consistência do exame em relação aos últimos resultados”, ressaltou o presidente da Comissão de Estágio e Exame de Ordem da entidade, Carlos Alberto de Oliveira, ao enfatizar que os percentuais de aprovação nas avaliações 01/2007 (primeiro exame deste ano) e 03/2006 (terceira e última edição de 2006) foram de 34,6% e 33,2%, respectivamente. O exame habilita bacharéis em Direito para a prática da advocacia. As inscrições para a próxima avaliação se iniciam no dia 12 de dezembro. (Fonte: http://www.oab.org.br)

IV Concurso de Monografias do Instituto de Estudos Tributários

O Instituto de Estudos Tributários comunica a abertura, a partir de hoje e até o dia 31 de março de 2008, do IV Concurso de Monografias, destinado a bacharéis e estudantes de Direito.
A íntegra do regimento do concurso está disponível no saite do IET/RS, www.iet-instituto.org.br, ou pode ser solicitado pelo e-mail secretaria@iet-instituto.org.br.
As inscrições, que ocorrerão automaticamente mediante a entrega dos trabalhos, poderão ser feitas nos seguintes endereços na cidade de Porto Alegre:
a) Rua Visconde do Rio Branco nº 477, sala nº 702, CEP 90220-231, telefone (51)3027-1700;
b) Av. Engenheiro Ludolfo Böhel, 466, CEP 91720-150, telefone (51)33186090;
c) Praça Dr. Luiz Francisco Guerra Blessmann, nº 31, CEP 91330-230, telefone (51) 33343622;
d) Travessa Francisco Leonardo Truda, nº 40, 24º andar, cj. 242, CEP 90010-050, telefone (51)32216611.

Congresso 180 anos do ensino do Direito no Brasil e a Democratização do Acesso à Justiça

No corrente ano, celebram-se os 180 anos da lei de criação dos cursos jurídicos no Brasil. A instalação das academias de direito de Olinda e São Paulo marcam importante momento da vida jurídica brasileira, destacando-se o ensino independente de Portugal e diversos rompimentos com a tradição jurídica do medievo.
Neste contexto de celebração, insurge a necessidade de um repensar do Direito hoje posto em toda a sua historicidade. Se, por um lado, celebram-se os 180 anos do ensino jurídico, por outro, é impossível não constatar os limites do ensino do Direito no Brasil ainda tão identificado com uma cultura positivista, técnica e formalista.
Nesse sentido necessário se faz que estudantes, professores, pesquisadores e profissionais da área do direito dediquem-se ao aprofundamento de temas que possam contribuir na realização de uma cultura jurídica voltada à democratização do acesso à justiça e à efetivação de direitos humanos.
A fim de contribuir para este propósito é que a Associação Brasileira de Ensino do Direito (ABEDi), a Secretaria de Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça e a Universidade de Brasília/Faculdade de Direito (UnB), realizam o Congresso 180 anos do ensino do Direito no Brasil e a Democratização do Acesso à Justiça, nos dias 08, 09 e 10 de novembro.
Através de painéis temáticos, oficinas e apresentação de trabalhos científicos o evento objetiva oportunizar aos participantes a reflexão, o diálogo e a discussão de questões atuais e relevantes como: Pode o ensino do direito ser emancipatório? Que práticas jurídicas podem fazer do direito um instrumento de transformação social? Como a reforma do Judiciário e o ensino jurídico podem contribuir para uma cultura de pacificação de conflitos? Qual o lugar dos movimentos sociais na construção de um conceito plural de direito?
Estes e outros debates podem ser o caminho para pensarmos o passado e reavaliarmos o presente. Já é hora de sermos protagonistas de um tempo que se abre aos desafios e perspectivas para uma reinvenção e emancipação do pensamento jurídico e do ensino do direito.

Começam visitas a 60 cursos de Direito

Sessenta cursos de direito receberão visitas de uma comissão de especialistas para verificar as condições em que são ministrados. "É preciso a visita in loco porque a resposta das instituições foi considerada insatisfatória pela comissão", explicou o ministro da Educação, Fernando Haddad. Essas instituições foram notificadas no início de outubro, juntamente com outras 29, pelo baixo desempenho no cruzamento de dados do Exame Nacional de Avaliação de Desempenho dos Estudantes e do Índice de Desempenho Desejável. O Ministério da Educação pediu, na ocasião, que apresentassem um diagnóstico do curso e sugestões de reestruturação. O ideal, segundo o ministro, seria que a instituição oferecesse um bom diagnóstico e se propusesse a um plano de trabalho de reestruturação daquele curso. "Se isso não se deu, cabe ao MEC, fazendo a visita, constatar quais as eventuais deficiências e debilidades do curso e propor um protocolo de compromisso", diz.
O ministro reafirmou que a ação não é punitiva, mas regulatória. "Entendemos que avaliar é importante, mas cabe ao poder público regular o sistema e garantir o direito do estudante a um bom curso", explica.
Protocolo — Outras 23 instituições vão assinar o protocolo de compromisso, mas não serão visitadas. A comissão entendeu que os seus planos são condizentes com o ideal de qualificação do ensino jurídico no Brasil. Algumas sugeriram contratação de mais doutores, reforço do acervo da biblioteca e a redução das vagas de ingresso.
A Associação Nacional das Universidades Particulares entrou com um pedido de liminar contra a ação de supervisão do Ministério da Educação. O ministro anunciou que espera a decisão da justiça, mas que os trabalhos vão continuar. "Vamos seguir nosso curso até o posicionamento da justiça. Pelo número de instituições a serem visitadas, para ser criterioso no trabalho, devemos fazer 30 visitas este ano e 30 no começo do ano que vem." A comissão que analisou as 89 respostas sugeriu a exclusão de três cursos da lista por fazerem parte das redes de ensino estadual e municipal e por retificação do cálculo do Índice de Desempenho Desejável.
Em outros três cursos, há conflito nos dados informados pelas instituições ao Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes, para as quais a comissão recomendou apuração. São estes os 60 cursos analisados pela comissão de especialistas. Fonte: http://www.mec.gov.br/

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

MEC quer ajuda de juízes na análise de cursos de Direito

O Ministério da Educação quer a ajuda da magistratura do país para avaliar a qualidade das faculdades de Direito. O anúncio foi feito pela consultora jurídica do MEC, Maria Paula Dallari, no III Encontro Nacional de Diretores de Escolas da Magistratura, que aconteceu na sede da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), em Brasília.
“Queremos contar com o apoio dos magistrados e escolas de magistratura no credenciamento dessas faculdades que dão cursos jurídicos”, afirmou Maria Paula.
Para Graça Freitas, presidente da Conselho Nacional das Escolas de Magistratura do Trabalho (Conematra), também presente no evento, vários setores da sociedade devem participar da triagem feita nos cursos de Direito, além da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “A OAB não é o único ator social interessado no cursos jurídicos”, disse.
O diretor da Escola de Magistrados da Justiça Federal da 3ª Região (Emag 3ª), Newton de Lucca, comentou a iniciativa do MEC de procurar outros segmentos jurídicos para participar do credenciamento das faculdades. “Não basta só a OAB autorizar o selo de uma faculdade. Da carreira jurídica também faz parte a magistratura”, explicou. (Fonte: Revista Consultor Jurídico, 21 de outubro de 2007).

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Divulgada avaliação de cursos de mestrado e doutorado no Brasil

O ministro da Educação, Fernando Haddad, e o presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC), Jorge Guimarães, e o diretor de Avaliação da Capes, Renato Janine Ribeiro divulgaram nesta quarta-feira, 10, em Brasília, os resultados da avaliação de cursos de mestrado e doutorado. A Avaliação Trienal 2007, realizada pela Capes, analisou o desempenho de qualidade relativo ao período 2004-2006. Foram avaliados 2.266 programas de pós-graduação, sendo 3.409 cursos — 2.070 de mestrado acadêmico, 1.182 de doutorado e 157 de mestrado profissional.
Esta é a 15ª avaliação realizada depois da implantação do Sistema de Avaliação da Pós-Graduação Nacional, em 1976. São avaliados pontos como a produção científica dos cursos, a formação de mestres e doutores e o impacto social dos programas oferecidos pelas instituições.
A avaliação gera notas de 1 a 7. Os cursos com notas 1 e 2 são descredenciados pela Capes. As notas 6 e 7 são atribuídas a cursos com desempenho equivalente ao dos mais importantes centros internacionais de ensino e pesquisa. A nota 5, para cursos com alto nível de desempenho — é o maior conceito admitido para programas que ofereçam apenas mestrado. A nota 4, para bom desempenho e a 3, para o padrão mínimo de qualidade.
A partir desta quarta-feira, os cursos têm prazo de 30 dias para a apresentação de pedidos de reconsideração dos resultados. O julgamento dos recursos deve ocorrer até o fim do ano.
A avaliação foi realizada por 700 consultores de 45 áreas do conhecimento. Acesse aqui os resultados. (Fonte: www.capes.gov.br)

segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Santander compra ABN

A aquisição já confirmada (só falta assinar os contratos) do banco ABN Amro, dono no Brasil do ex-Banco Real, por um consórcio europeu liderado pelo banco espanhol Santander, mudará bruscamente o ranking dos bancos brasileiros. O novo Santander-ABN será o terceiro da lista, atrás apenas do Banco do Brasil e Bradesco, já que terá ativos de R$ 277,7 bilhões (R$ 13 bilhões atrás do Bradesco), mas na frente do Itaú, que foi deslocado da posição (ativos de R$ 255 bilhões).. É uma mudança e tanto.. O Santander cresceu comprando sobretudo o Banespa, mas também comprando pequenos bancos como o Meridional, sucessor do antigo Banco Sulbrasileiro.. O negócio anunciado na Europa foi considerado o maior do mundo na área bancária. Com posições tão próximas, Santander, Bradesco e Itaú moverão concorrência feroz. O Santander, ao adquirir o ABN, assume uma posição invejável no chamado crédito direto ao consumidor, porque ninguém bate o ABN na área, no Brasil. Além do mais, os três bancos serão obrigados a comprar outros bancos para melhorar de posição, no aguardo da chegada do chamado "grau de investimento", que mudará para outro patamar o sistema financeiro brasileiro, atraindo mais players internacionais e muito mais recursos. Não é por outra razão que o Banco do Brasil está tão animado nesse mercado de aquisições (ele acaba de comprar o Besc). O Banrisul, do RS, será obrigado a fazer movimentos do mesmo gênero para se manter no mercado ou correrá o risco de ser engolido pela concorrência em pouco tempo. O Banrisul tem caixa para fazer isto, porque está extraordinariamente capitalizado. (Fonte: www.polibiobraga.com.br)

domingo, 7 de outubro de 2007

IBM: contratações no ensino médio

A IBM começou a fazer parcerias com escolas técnicas para incluir em seus currículos disciplinas ligadas aos interesses da empresa e facilitar a contratação dos jovens, informa o Estado de São Paulo.
Um dos primeiros projetos foi fechado em Belo Horizonte com o governo de Minas Gerais. Serão treinados 500 jovens, dos quais a IBM se comprometeu a contratar 320. Acordos similares devem ser fechados em São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro e Salvador. De acordo com a reportagem, a expectativa da multinacional é estender o programa inclusive para escolas tradicionais no ano que vem, com uma abordagem um pouco diferente. A indiana Tata Consultancy Services (TCS) também tem um programa similar. Neste ano, deve contratar pelo menos 70 jovens da Fundação Bradesco, em São Paulo. (Fonte: http://www.baguete.com.br).

segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Anhanguera Educacional compra a UNIDERP / MT

A Anhanguera Educacional Participações S.A. ("Anhanguera") adquiriu, através de sua subsidiária Anhanguera Educacional S.A., a totalidade do capital social das sociedades Centro de Ensino Superior de Campo Grande S/S Ltda. ("CESUP") e União da Associação Educacional Sul-Matogrossense Ltda. ("UNAES"), em conjunto "Mantenedoras". A operação de aquisição da CESUP também incluiu a Editora UNIDERP Ltda., a Farmácia Escola UNIDERP Ltda. e o INEPES - Instituto de Pesquisas de Interesse e Opinião Pública Ltda.
As Mantenedoras adquiridas possuem 6 instituições de ensino superior, quais sejam: (i) a Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal ("UNIDERP"), com sede em Campo Grande/MS, (ii) o Centro Universitário de Campo Grande ("UNAES"), com sede em Campo Grande/MS, (iii) as Faculdades Integradas de Ponta Porã, em Ponta Porã/MS, (iv) a Faculdade Dourados, em Dourados/MS, (v) o Instituto de Ensino Superior de Dourados, em Dourados/MS, e (vi) as Faculdades Integradas de Rio Verde, em Rio Verde/MS.
As Mantenedoras contavam com cerca de 37,6 mil alunos matriculados no primeiro semestre de 2007. A aquisição das Mantenedoras leva a Anhanguera a mais de 85 mil alunos e representa também a conquista da liderança absoluta em número de alunos na região centro-oeste do Brasil com 36,5 mil alunos, considerando o campus já existente na cidade de Anápolis em Goiás.
Além de suas atividades de ensino presencial na cidade de Campo Grande, a UNIDERP possui também autorização para oferecer cursos na modalidade de ensino à distancia por meio de unidades descentralizadas em todas as regiões do Brasil. (Fonte: http://www.unianhanguera.edu.br/).

Brasil é o 122º em facilidade de fazer negócios

O Brasil ocupa a 122ª posição entre os países com mais facilidades para se fazer negócios, numa lista de 178 países avaliados pelo Banco Mundial (Bird) e sua unidade para o setor privado, a Corporação Financeira Internacional (IFC, na sigla em inglês).
As instituições disseram que o país ficou parado em relação a anos anteriores, já que a cada edição aumenta o número de avaliados. No relatório de 2007, que cobriu 175 nações, o Brasil ficou na 121ª posição. No documento de 2006, ficou em 119º lugar, entre 155 analisados.
O relatório Doing Business 2008, quinta edição de um trabalho anual realizado pelas duas instituições, cobre o período 2006/2007. Ele mostra que os países que promoveram reformas foram os que mais melhoraram suas posições no ranking global. Entre os latino-americanos, o Chile é o melhor posicionado, na 33ª colocação.

Critérios
Para elaborar a classificação, o Banco Mundial e a IFC levam em conta os seguintes critérios: facilidade para iniciar um negócio, negociação de licenças, contratação de funcionários, registro de propriedades, obtenção de crédito, proteção ao investidor, pagamento de impostos, negociação entre fronteiras, execução de contratos e encerramento de negócio.
O Brasil fez reformas em dois dos critérios avaliados no período: negociação entre fronteiras e execução de contratos.
A menção positiva ao país no relatório de 2008 se deve à reforma do Código Civil, que segundo o relatório facilitou a cobrança de dívidas. Além disso, o texto destaca como positivos o fato de o número de casos que podem ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) ter sido limitado e a possibilidade de se enviar documentos eletronicamente para os tribunais.

Aspectos negativos
Entre os aspectos negativos, o Brasil aparece como um dos países com custos trabalhistas não relacionados a salários mais altos - o porcentual é de 37%. Além disso, o país é um dos que mais têm procedimentos, 14, para registro de propriedades.
Por critério, o Brasil tem as seguintes colocações: é o 122º em facilidade iniciar um negócio, o 107% na negociação de licenças, o 119º quando a questão é contratação de funcionários, o 110% no registro de propriedades, 84º para obtenção de crédito, 64º na proteção ao investidor, 137% na questão dos pagamentos de impostos, 93º em negociação entre fronteiras, 106º na execução de contratos e 131º para o encerramento de negócios.

Outros países
O Egito, que ocupa a 126ª posição no ranking, foi a nação que mais promoveu reformas no período - avançou em cinco dos quesitos avaliados - e com isso lidera a lista dos países que mais promoveram reformas. Além do Egito, os dez maiores reformistas foram: Croácia, Gana, Macedônia, Geórgia, Colômbia, Arábia Saudita, Quênia, China e Bulgária.
Já os 25 melhores países do mundo para se fazer negócios são: Cingapura (que repete a posição do relatório anterior), Nova Zelândia, EUA, Hong Kong (China), Dinamarca, Reino Unido, Canadá, Irlanda, Austrália, Islândia, Noruega, Japão, Finlândia, Suécia, Tailândia, Suíça, Estônia, Geórgia, Bélgica, Alemanha, Países Baixos, Letônia, Arábia Saudita, Malásia e Áustria.
Por região, a América Latina ficou pra trás e foi a que menos promoveu reformas que facilitaram negócios - ao todo, foram 36. Já os países do Leste Europeu e da Ásia Central foram os que mais reformaram: no total, promoveram 79 reformas. (Fonte: Agência Estado).

Lula quer mais 10 universidades federais até 2010

O Brasil terá, até o final de 2010, mais dez universidades federais, 48 extensões universitárias e 214 escolas técnicas profissionalizantes, informou hoje o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu programa semanal de rádio Café com o Presidente.» Lula quer uma biblioteca por município". Esses são números importantes porque são, na verdade, compromissos políticos, éticos e educacionais com a sociedade brasileira para verse a gente recupera o tempo que nós ficamos sem fazer os investimentosadequados na área de educação".
No programa, Lula afirmou que assumiu o compromisso de resolver, "senão toda", grande parte das dificuldades na área de educação existentes no País e reconheceu que a tarefa é difícil. Ao comentar dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatítisca (IBGE), o presidente afirmou que tem havido uma "melhora substancial" no sistema educacional. Segundo ele, há avanços tanto do ponto de vista quantitativo quanto qualitativo."É crescente o número de crianças de 7 a 14 anos na escola, é crescente o número de crianças de 5 a 6 anos na escola, é crescente o número de jovens de 15 a 17 anos. Ou seja, nós crescemos praticamenteem 13,2% o número de jovens universitários no Brasil", destacou.
Lula disse que apesar de ficar otimista com os resultados, os números também servem para mostrar que é preciso fazer ainda mais para que o Brasil possa superar o atraso a que foi submetido ao longo de décadas na área de educação."Esses são números promissores, são números que me deixam otimista, mas, ao mesmo tempo, são números que me cobram ainda mais para que agente possa desde o ensino fundamental, da pré-escola, até a formação dos nossos doutores, que nós façamos os investimentos que tivermos que fazer para que o Brasil recupere o atraso a que ele foi submetido ao longo de décadas nesses últimos tempos".
Entre as medidas que deverão ter impacto positivo no sistema educacional brasileiro, o presidente destacou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionaisda Educação (Fundeb), o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) e o aumento de oito para nove anos do tempo de permanência no ensino fundamental. Também citou a ampliação dos investimentos nas universidades e nas escolas técnicas. "Nós estamos andando muito, eu diria, conscientes daresponsabilidade que nós temos". (Fonte: Agência Brasil).

USP, PUC e Mackenzie formam 30% da elite do direito

São Paulo - Uma pesquisa inédita feita com a elite dos advogados no país mostra que 30,4% deles estudaram na USP (Universidade de São Paulo), na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica) e no Mackenzie. Mais de 13% cursaram USP.
O anuário "Os mais admirados do direito" traçou um perfil dos 1.987 sócios dos maiores escritórios de advocacia brasileiros - a posição é ocupada por profissionais que têm qualquer participação acionária na empresa, mesmo que mínima. Entre eles, 75% são homens e todos têm, em média, 12 anos de formados.
Apesar de a USP encabeçar o ranking, a pesquisa mostra que 65% dos sócios estudaram em universidades privadas. Os números refletem a situação atual do ensino superior no País. Segundo o MEC (Ministério da Educação), dos 73 mil formandos da área em 2005, 14% apenas cursaram universidades públicas. "A maioria das faculdades de direito que surgiram desde os anos 70 é particular", completa a ex-diretora da Faculdade de Direito do Largo São Francisco Ivete Senise.
O diferencial da pesquisa com relação aos já tradicionais ranking da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) é que ela não avalia o recém-formado e sim como progrediu o advogado na carreira. "Mostramos como está esse formando depois de 20 anos", diz o presidente da Análise Editorial, Eduardo Oinegue, responsável pelo estudo.
A pesquisa colheu dados de cerca de cinco mil advogados em 474 escritórios do país. Do total de 45 universidades do ranking dos sócios, 17 são paulistas. Três delas fazem parte da lista dos piores cursos de direito, divulgada nesta semana pelo MEC, com dados do Enade e da OAB. (Fonte: O Estado de São Paulo).

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Acessos aos blogs

Quase 9 milhões de pessoas acessam e lêem blogs, de acordo com dados do Ibope/NetRatings de agosto, o que representa 46% do número de internautas ativos no mês. "Os dados mostram também que o Brasil está no patamar dos Estados Unidos e do Reino Unido, mercados em que o uso de redes sociais é maior que o de blogs, mas atrás de França e, principalmente, Japão", afirma José Calazans, analista do Ibope Inteligência. Em agosto, de acordo com o Ibope/NetRatings, praticamente 15 milhões de usuários residências navegaram em Comunidades (incluindo redes sociais, bate-papos, fóruns e blogs), o que equivale a cerca de 80% do total de internautas ativos domiciliares do mês. Desses, mais de 13 milhões (70% do total de usuários) entraram em redes sociais.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Cursos de pós-graduação em administração passam a receber certificado de qualidade

Pela primeira vez no Brasil, os cursos de pós-graduação latu sensu em Administração e Contabilidade passarão a receber certificados de acreditação. O sistema foi criado pela Associação de Pesquisa e Pós-Graduação em Administração e Contabilidade (Anpad) para estabelecer padrões de qualidade relacionados a professores, programas dos cursos, produção técnica e científica e infra-estrutura, além de acompanhar ex-alunos que já estão inseridos no mercado de trabalho. Os cursos que já estão dentro dos padrões serão certificados pelo Sistema de Acreditação Anpad (SAA).
As primeiras instituições de ensino a receberem o selo SAA são as Universidades Federais de Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e a Fundação Instituto de Administração de São Paulo. A cerimônia de entrega acontecerá na abertura do maior evento da comunidade científica e acadêmica de administração do país, o XXXI Encontro da Anpad, que será realizado de 22 a 26 de setembro, no Windsor Barra Hotel, no Rio de Janeiro. Os programas são visitados por auditores, que avaliam se os cursos atendem aos padrões de excelência exigidos. O resultado é analisado pelo Comitê Executivo, que pode conceder a certificação, destaca o diretor de acreditação, professor Antônio Freitas. O selo de certificação vai facilitar o processo de escolha dos alunos pelo melhor curso de pós-graduação latu sensu, acredita o gerente executivo do SAA, professor Roberto Moreno, prevendo também que a iniciativa vai gerar, entre esses cursos, um crescimento na demanda pela qualificação no país.
De acordo com pesquisa realizada pelo setor acadêmico, estima-se que exista uma oferta que varia de 8 a 15 mil cursos de pós-graduação latu sensu nas áreas de Administração e Contabilidade. A imprecisão dos números mostra o efetivo desconhecimento desse mercado, que movimenta hoje valores da ordem de U$ 1,5 milhão. Esses dados também refletem o crescente fenômeno das escolas de Administração e de Negócios, que reúnem e subordinam os diferentes níveis de ensino de administração e contabilidade, como a graduação, a pós-graduação lato sensu e a pós-graduação strictu sensu (mestrado e doutorado). Por outro lado, é cada vez maior o número de universidades estrangeiras que, no esforço de expandir os seus domínios, têm se voltado naturalmente para o Brasil, o mercado mais promissor de toda a América Latina.
Há entre esses cursos padrões de qualidade bem variados, do melhor ao mais desqualificado. Essa diversidade confunde e engana os alunos, que ficam sem critérios de comparação na hora de sua escolha. Com enorme experiência na avaliação das pós strictu sensu, em apoio à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), o SAA será um poderoso instrumento para auxiliar na escolha do curso de pós-graduação mais qualificado. (Fonte: www.anpad.org.br).

domingo, 23 de setembro de 2007

Julgamento de Galileu Galilei

Julgamento de Galileu Galilei

Centro de estudos do Brasil em Oxford ameaçado

Depois de mais de 10 anos, de 200 eventos e 100 publicações, o maior centro de estudos brasileiros no exterior, da Universidade de Oxford, uma das mais importantes do mundo, está ameaçado por falta de patrocínio. Já perdeu sua casa. Em agosto, saiu do seu endereço próprio, 92Woodstock Road, voltando para o Centro de Estudos Latino-Americanos (1 Church Walk). Se os patrocinadores não se coçarem até o final do ano, pode fechar.
O diretor do centro, historiador Leslie Bethell, editor da Cambridge History of Latin America, ainda tem esperança de "uma solução na última hora, como é tão comum no Brasil".
Na semana passada, o historiador José Murilo de Carvalho fez um apelo no jornal O Globo, destacando a importância do centro, que organiza uma grande conferência sobre Brasil e outra sobre Amazônia, além de inúmeros seminários, estudos e pesquisas sobre Brasil em nível de pós-graduação. Trabalha nas áreas de política, economia, relações internacionais, meio ambiente, a questão social, literatura e direitos humanos, um "tema importante", assinala Leslie Bethell, lembrando que o primeiro evento do Centro de Estudos Brasileiros de Oxford foi um seminário sobre Democracia e Direitos Humanos.
O centro foi criado por iniciativa dos professores Ralf Dahrendorf e Leslie Bethell, e imediatamente teve o apoio do embaixador do Brasil em Londres na época, Rubens Barbosa, e do ministro da Fazenda, Pedro Malan, entre outras autoridades do governo Fernando Henrique Cardoso, e muitos expoentes do governo Lula passaram por lá, inclusive o próprio presidente, num seminário sobre os 20 anos do PT, com Tarso Genro, Eduardo Suplicy, Cristóvam Buarque e Marco Aurélio Garcia. Várias empresas privadas brasileiras e transnacionais chegaram a financiar as atividades.
Infelizmente muitas empresas brasileiras não vêm a produção de conhecimento como uma atividade digna de investimento. Querem a promoção que Oxford representa ou o desconto no imposto de renda. Nenhum país se desenvolve sem pensar com sua própria cabeça e, na medida em que cada vez mais empresas brasileiras se internacionalizam, seria lógico esperar que financiem centros de estudos sobre o país para aumentar sua presença no exterior também nos meios acadêmicos. Caminhamos de costas em direção ao futuro. (Fonte: Coluna Nelson Jobim, http://www.baguete.com.br/).

Indianos reforçam negócios no Brasil

As companhias indianas de tecnologia da informação (TI) ainda não construíram no Brasil nenhum dos palácios high tech que costumam maravilhar os visitantes em cidades da Índia como Chennai, a antiga Madras, ou Hyderabad. Mas guardadas as proporções entre os negócios lá e aqui (com ampla vantagem para o mercado indiano), três das quatro gigantes do setor - TCS, Satyam e Wipro - preparam-se para uma nova e reforçada fase de investimentos no Brasil. E como se sabe, no setor de serviços de TI, tão fortemente apoiado em mão-de-obra, crescer significa uma coisa: contratar mais pessoal.
Na TCS, braço do grupo Tata - o maior conglomerado industrial da Índia -, o plano é elevar o quadro atual, de 1,7 mil pessoas, em quase 200% nos próximos dois anos. Nos últimos meses, as mudanças em torno da expansão dos negócios ganharam um sentido literal na TCS. A empresa está transferindo seu pessoal de São Paulo para um novo centro de serviços em Barueri, na Grande São Paulo, onde já tinha instalações menores. "Dos 1,7 mil funcionários atuais, entre 900 e mil ficarão no novo prédio", diz. Os demais ficarão divididos entre Brasília e Campinas (SP), onde a empresa também já opera outros centros. De certa forma, a transferência completa a transição mais importante da companhia no Brasil, desde que ela começou a atuar no país, em 2003, numa associação com a brasileira TBA.
Há quatro meses, depois de cinco anos de parceria, as duas empresas encerraram a aliança, com a TCS indiana adquirindo os 49% que pertenciam à TBA, num acordo de US$ 33,4 milhões. Apesar de tornar-se uma subsidiária integral do grupo indiano, a TCS continuou a dividir espaço com a equipe da TBA São Paulo, em instalações da ex-sócia. A mudança coloca um fim nisso, mas já estava planejada mesmo antes de a aliança terminar.
Na Satyam, quarta maior empresa de TI da Índia, também está em estudos a construção de um centro de desenvolvimento maior. A empresa, que desembarcou no Brasil em abril, quase dobrou sua equipe desde então, de 70 para 130 profissionais. Mas para tornar viável seu plano de crescimento, que prevê quintuplicar o quadro de pessoal até setembro do ano que vem, terá de encontrar um novo espaço.
A idéia é transformar o escritório atual, que fica na região da avenida Berrini - uma das mais valorizadas da cidade -, no quartel-general da companhia. A equipe de desenvolvimento, que responderá pelo grosso das contratações, será acomodada em outra região, mais barata.
A Wipro, outra gigante indiana, já definiu o lugar onde pretende fixar sua nova base: Curitiba (PR). A cidade está indiretamente ligada à história da companhia. Em 2001, foi em Curitiba que a Enabler, uma empresa de tecnologia ligada ao grupo português Sonae, decidiu instalar sua sede brasileira. Em junho do ano passado, a Enabler foi comprada pela Wipro, que herdou as operações brasileiras. Atualmente, a companhia tem cerca de 70 profissionais no Brasil. Em que pesem as diferenças no porte da operação brasileira e nas próprias estratégias de competição, o objetivo entre essas companhias é o mesmo: transformar-se em uma alternativa de peso à India na exportação de serviços para grandes clientes, principalmente dos Estados Unidos. (Fonte: Folha de S. Paulo - 21/09/2007)

Grupos econômicos de famílias brasileiras profissionalizam-se

Algar investe na preparação de herdeiros
A apresentação de ballet de Marina está lá no site. Também a festa junina das crianças, os próximos aniversários e a história da família, hoje com 31 membros. Toda essa organização foi a forma encontrada pela família Garcia, controladora do grupo Algar, de integrar os herdeiros e de mantê-los atualizados não só sobre os negócios do grupo, como também dos eventos dos três núcleos familiares.
Fundado em 1954, quando o imigrante português Alexandrino Garcia abriu uma empresa de telefonia na região de Uberlândia (MG), o grupo Algar tem hoje negócios em áreas como agronegócio e turismo e fatura R$ 1,5 bilhão ao ano. O controle familiar foi mantido nos últimos 53 anos e hoje a terceira geração dos Garcia dita a estratégia das empresas. Mas muita coisa mudou no envolvimento dos herdeiros com a empresa.
Em 1989, o grupo passou por um processo de profissionalização que levou à saída total da família da gestão. Ao final da década de 90, endividada, a Algar realizou nova reestruturação, tanto na gestão como no quesito família. "Em 2001, criamos um conselho de família, com a responsabilidade de realizar programas de formação de acionistas e de criar eventos de integração entre as gerações", diz Eliane Garcia Melgaço, diretora comercial da holding e membro da terceira geração dos Garcia.
Uma das mudanças foi exatamente a de voltar a permitir membros da família na gestão. Mas com regras bem definidas. "Para trabalhar no grupo, é preciso ter mestrado e pelo menos cinco anos de experiência em empresas de fora", explica Eliane. Hoje, além dela, trabalha na holding seu primo, Luiz Alexandre Garcia, presidente da holding. "Entendemos que ser ou não da família não faria diferença e, sim, a competência."A experiência da família e sua decisão de criar uma estrutura para os herdeiros - o conselho de família - foi apresentada ontem por Eliane e Luiz Alexandre em Berlim, na Alemanha, no 18º congresso do Family Business Network (FBN), entidade que se dedica a negócios familiares. O Algar foi o único grupo brasileiro a realizar uma apresentação no evento, que teve 500 participantes de 19 países. Do Brasil, compareceram 34 pessoas.
De acordo com Eliane Garcia, é muito comum tratar da governança corporativa, que remete ao conselho de administração da empresa. "No nosso caso, apresentamos em Berlim a chamada governança invisível, a da família." O conselho da família, que se reúne quatro vezes ao ano, é capitaneado por Eleusa Garcia Melgaço, irmã de Eliane. Tem nove membros, sendo três de cada núcleo familiar.
Entre as atividades que desenvolve estão visitas às empresas, aulas teóricas sobre temas como marketing e até contabilidade, troca de experiências com outras famílias empresárias (a última foi com a Sadia e a Jacto) e uma reunião anual de integração com todos os herdeiros. Hoje, já há acionistas da quarta geração.
Entre os jovens, a ferramenta que mais tem feito sucesso é o site da família Garcia. "Meu filho de dez anos entra e conversa com o primo. O site acaba aproximando a família", diz Eliane. Na internet, é possível também conhecer a história da família, das empresas e do negócio; as principais notícias do grupo e atas e apresentações de reuniões.
Renato Bernhoeft, da Bernhoeft Consultoria, que assessorou os Garcia, diz que o trabalho desenvolvido na Algar foi de preparo dos herdeiros para o papel de família empresária. "Preparamos a nova geração para o papel de acionistas e os ajudamos nos processos pessoais de vida e de carreira. Um sócio feliz, de bem com a vida, agrega valor, estando ele dentro ou fora da empresa", diz. Com as regras definidas, ficou também mais fácil lidar com pressões inerentes a um negócio familiar. Todos sabem, por exemplo, que cônjuges não podem trabalhar nas empresas do grupo. E há herdeiros que estão estudando no exterior porque querem participar dos negócios e têm que se preparar.
Os Garcia agora se preparam para mais um passo. Estão em fase final de negociação de um novo acordo de acionistas, que irá contemplar definições sobre questões como a venda de participações, direito de preferência e outros assuntos ligados ao patrimônio e à participação da família na gestão. (Fonte: Valor Econômico, 21 de setembro de 2007).

Os efeitos da transição demográfica brasileira

Está ocorrendo uma mudança de grandes proporções na demografia brasileira, a transição demográfica, que terá implicações significativas para as políticas públicas no Brasil. A figura ao lado mostra a evolução recente e as projeções futuras do tamanho da população brasileira dividida em três faixas etárias: jovens (0 a 24 anos de idade), adultos (25 a 64 anos) e idosos (mais de 64 anos), com base nos dados do IBGE. A figura mostra que a população de jovens, que vinha crescendo há muito tempo, atingiu seu ponto mais elevado em 2007, ficará estável por mais 20 anos ao nível de 87 milhões de jovens e passará a declinar partir de 2027. A população de adultos continuará crescendo a taxas elevadas (mas decrescentes) por mais 40 anos, quando então se estabilizará. Já a população de idosos aumentará a taxas crescentes, chegando a 49 milhões de pessoas em 2050. São mudanças muito rápidas (do ponto de vista da demografia) que terão repercussões importantes em várias áreas da nossa sociedade. É importante analisar estas implicações.
Em primeiro lugar, a transição demográfica alterará a composição do gasto público. Na educação, por exemplo, o Brasil tem tido dificuldades para aumentar o gasto por aluno, pois, além da população jovem ter crescido rapidamente desde sempre, a proporção de jovens que freqüenta a escola também passou a crescer a partir do início da década de 90. Além disto, o crescimento do PIB foi pífio nos últimos 20 anos, o que significa que havia menos recursos para gastar com a educação. A partir de agora, o tamanho da população jovem parou e o número de crianças está diminuindo, o que significa que, mesmo se o Brasil continuar gastando a mesma porcentagem do PIB com educação, os gastos reais por aluno devem aumentar sem necessidade de esforço adicional. Da mesma forma, os gastos totais com programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, tenderão a diminuir ao longo do tempo, mesmo se o valor de cada bolsa permanecer constante em termos reais, pois dependem do número de famílias com crianças.
Vamos passar de um país jovem para um país com crescimento populacional zero, que terá de sustentar idosos com uma população adulta bem menor
A criminalidade e a taxa de homicídios também tendem a parar de crescer no curto prazo e começar a declinar, juntamente com a população jovem, a partir de 2027. Vários estudos mostram que os episódios de homicídios e mortes violentas concentram-se entre os mais jovens. A redução na criminalidade, por sua vez, tenderá a provocar uma menor pressão sobre os gastos públicos com segurança e nos gastos privados com empresas de segurança e seguros contra roubos. Como a expectativa de vida da população tende a continuar crescendo, os gastos públicos com saúde terão que ser redirecionados de setores como a pediatria, vacinação e acompanhamento pré-natal para as doenças associadas ao envelhecimento. As implicações disto para a regulação do setor de seguros na área de saúde não são nada desprezíveis.
Mas a transição demográfica também vai trazer problemas que teremos que enfrentar cedo ou tarde. Os dados mais recentes mostram que a mulher brasileira tem em média 2,1 filhos, que é a nossa taxa de fecundidade (ver, por exemplo, "Questões Emergentes da Demografia Brasileira", de Eduardo Rios-Neto). Isto significa que o Brasil já atingiu o chamado nível de reposição, ou seja, se esta taxa permanecer constante no futuro próximo, a população brasileira parará de crescer a partir de meados deste século. Isto mostra a rapidez da transição demográfica que está ocorrendo no Brasil. Em pouco tempo, vamos passar de um país jovem para um país com crescimento populacional zero, que terá que sustentar uma população crescente de idosos através de uma população adulta cada vez menor. Este é o problema que alguns países europeus estão enfrentando no momento.
O mais preocupante é que essa taxa de fecundidade deverá cair ainda mais, graças ao avanço educacional que tem ocorrido recentemente no Brasil. É sabido que o número médio de filhos por mulher depende muito do seu nível educacional. As mulheres com menos de três anos de escolaridade média têm em média 3,3 filhos, enquanto as mais escolarizadas (com pelo menos o ensino médio) têm apenas 1,6 filho. Esta diferença provoca uma diminuição da renda per capita e do bem-estar das famílias mais pobres, logo a redução da taxa de fecundidade que ainda continua a ocorrer nestas famílias (se voluntária) é bem-vinda. Entretanto, este fato, aliado à rápida diminuição na proporção de mulheres menos escolarizadas, significa que a taxa de fecundidade cairá abaixo do nível de reposição mais cedo do que possamos imaginar. Ou seja, em breve nós teremos que incentivar a migração para o Brasil para suprir a falta de mão-de-obra necessária para produzir bens e para sustentar as crianças e os idosos. Se o Brasil já gasta uma grande parcela de recursos públicos com aposentadorias, o que acontecerá no futuro?
Mas, enquanto este futuro tenebroso não chega, será que nós podemos desfrutar do fato de que a sociedade brasileira tem hoje mais adultos do que jovens (definidos segundo o critério acima)? Afinal, os adultos tendem a ser mais produtivos e a acumular mais capital do que os jovens e idosos. Infelizmente, não é bem assim. Alguns estudos recentes têm mostrado que o Brasil já deixou de aproveitar grande parte da "janela de oportunidades", trazidas pela transição demográfica. O aumento da informalidade, do desemprego e dos gastos sociais com idosos, resultados da Constituição de 1988, impediu que nós aproveitássemos integralmente este dividendo demográfico para acelerar nosso crescimento econômico. Ainda há tempo para aproveitar a menor pressão demográfica da população mais jovem, mas ele é cada vez mais curto!
Naercio Menezes Filho é professor de economia do IBMEC-SP e da FEA-USP e diretor de pesquisas do Instituto Futuro Brasil. (Fonte: Valor Econômico, 21 de setembro).

Regime de cotas em universidades enfrenta oposição e ações judiciais

Enquanto a chamada ação afirmativa - nome dado à reserva de cotas para determinados grupos sociais e instituições - não é regulamentada por uma legislação federal, universidades públicas de todo o país adotam medidas nesta linha valendo-se da autonomia universitária estabelecida no artigo 207 da Constituição Federal. Até agora, 47 das 257 universidades públicas brasileiras já adotaram ações afirmativas, cada uma com suas próprias regras e restrições. Destas, sete se basearam em leis estaduais que regulam o tema. Mas, apesar do avanço das ações afirmativas, sua implantação não é pacífica. Diversas universidades sofrem uma massiva contestação dos regimes de cotas na Justiça.
No primeiro vestibular com o regime de cotas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), a primeira a adotar o sistema no país, mais de 200 mandados de segurança com pedidos de liminares - além de uma ação civil pública - foram impetrados na Justiça estadual por candidatos que se sentiram prejudicados pelo sistema. Os candidatos alegam que o regime de cotas da UERJ fere a Constituição em seus artigos 208, que define que o acesso ao ensino deve se dar pelo mérito pessoal, e o artigo 5º, que estabelece a igualdade de direitos. As universidades se defendem com o argumento de que a igualdade de direitos deve ser proporcional à renda e que as cotas estariam orientadas pelo artigo 3º da Constituição, que estabelece que um dos objetivos do país deve ser a redução da desigualdade social. Outro argumento é o de que, de acordo com o artigo 215 da Carta, a diversidade étnica deve ser reconhecida como um valor e, portanto, deveria estar presente na universidade.
Segundo o advogado Renato Ferreira, coordenador do Laboratório de Políticas Públicas da UERJ e do programa Políticas da Cor, na maioria dos casos a jurisprudência tem sido favorável às universidades, ou seja, as decisões judiciais estão mantendo os regimes de cotas. Mas há, também, entendimentos em sentido inverso. Em 2005, juízes de Curitiba proferiram decisões divergentes nas contestações de vestibulandos da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Valendo-se do princípio da isonomia, um juiz substituto da 7ª Vara de Curitiba concedeu uma liminar a um estudante reprovado no vestibular e que alegou que obteve a pontuação necessária, mas precisou ceder seu lugar a um cotista. Meses antes, um juiz da 4ª Vara negou uma liminar a uma candidata que ingressou com uma ação na Justiça pelo mesmo motivo.
Neste ano, na Universidade Estadual de Londrina (UEL) - onde os candidatos às cotas devem se auto-declarar negros ou pardos - a comissão avaliadora da instituição indeferiu 12 pedidos de ingresso por considerá-los fraudulentos. Três alunos entraram com liminares e, por enquanto, estão matriculados. Em 2006, a UEL conseguiu cassar duas liminares e impedir a permanência dos alunos nos cursos. Já na Universidade Estadual de Goiás (UEG), em 2006 um aluno obteve uma liminar na Justiça ao alegar que teria direito às cotas pois era proveniente de uma escola pública. A UEG, que reserva 20% das vagas para alunos do ensino público, havia negado o ingresso do aluno pois ele vinha de uma fundação particular conveniada com o governo. O processo ainda está tramitando na Justiça, mas a liminar ainda está em vigor.
A ação afirmativa também já está sendo contestada no Supremo Tribunal Federal (STF). A Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen) ajuizou na corte uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) com pedido de liminar contra a Lei nº 4.151, de 2003, do Rio de Janeiro, que estabeleceu o regime de cotas nas universidades cariocas. As cotas são destinadas a negros (20%), estudantes vindos de escolas públicas (20%) e portadores de necessidades especiais e indígenas e seus descendentes (5%). A Confenen alegou discriminação contra candidatos que, embora de baixa renda, não são negros e não cursaram o ensino médio em escolas públicas fluminenses. A Adin, no entanto, foi arquivada pelo ministro Sepúlveda Pertence - assim, as ações afirmativas ainda não passaram pela análise do Supremo.
"A lei de cotas promoveu a discussão de um assunto que o Brasil evitava debater", diz o advogado Renato Ferreira. Segundo dados do Ministério da Educação, apenas 12% dos jovens entre 18 e 24 anos estão matriculados no ensino superior - na Alemanha, este percentual é de 80% e nos Estados Unidos, de 90%. Além do baixo percentual de jovens na universidade, agrava a situação a desigualdade no restrito grupo de alunos que a freqüentam. Em Salvador, onde 70% da população é negra, os cursos de medicina contavam com apenas 4% de negros matriculados. Após a adoção do sistema de cotas, em 2004, este número já aumentou - na Universidade Federal da Bahia (UFBA), por exemplo, há 36% de alunos negros ou pardos em todos os cursos. Em São Paulo os resultados também já são visíveis. Desde o último vestibular, a Universidade de São Paulo (USP) adotou o programa Inclusp, que dá um bônus de 3% no vestibular para alunos vindos de escolas públicas, sem distinção de raça ou renda. O projeto provocou um aumento de 9,5% no número de negros matriculados na universidade.
Apesar de alguns bons resultados, as ações afirmativas expõem um outro problema do sistema educacional brasileiro: o baixo nível do ensino médio público. A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) desde 2005 reserva 10% das vagas para negros provenientes do ensino médio público. Mas, ao contrário do esperado, sobraram vagas, pois os alunos que tentaram ingressar por meio das cotas a eles reservadas não atingiram a exigência mínima - de não "zerar" na prova - necessária para a aprovação. Diante do problema, a universidade alterou o sistema e permitiu que as vagas ociosas fossem preenchidas por alunos vindos do ensino público, mas sem o critério da cor.
Passada a polêmica inicial e a conseqüente contestação das ações afirmativas, algumas iniciativas podem trazer o tema ao debate. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) criou, no início de setembro, a Comissão Nacional de Promoção da Igualdade para incentivar as ações afirmativas e atuar como intermediária entre os movimentos sociais e as instituições de ensino jurídico. "Sabemos como é difícil para os grupos sociais excluídos implementarem seus direitos na Justiça", diz Sílvia Cerqueira, presidente da comissão. Em novembro, a comissão promoverá um seminário sobre igualdade racial que inclui, entre os temas de debate, o das cotas raciais. "Queremos estender a implementação das cotas ao serviço público, e não só à universidade", diz. Para Sílvia, embora as cotas não resolvam o problema da exclusão da população negra no país, significam um meio mais célere para atingir a igualdade.
No Congresso Nacional já tramita a primeira proposta legislativa federal que trata das ações afirmativas. O Projeto de Lei nº 73, de 1999, de autoria da deputada Nice Lobão (DEM-MA), estabelece que sejam reservadas 50% das vagas para estudantes de escolas públicas, que deverão ser preenchidas por um número mínimo de negros e indígenas equivalente à proporção destes grupos na população do local em que está instalada a universidade. Se aprovada a proposta, a lei valerá somente para as universidades federais. (Fonte: Valor Econômico, 21 de setembro).

Faculdades federais de MG terão que reservar 50% de vagas à rede pública

Doze centros de ensino superior de Minas Gerais terão de reservar 50% das vagas de todos os seus cursos a candidatos estudantes de escolas públicas. A determinação é do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região, confirmando sentença de primeira instância da Justiça Federal em Minas Gerais. Da decisão, ainda cabe recurso ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça.Pela decisão, as universidades federais devem elaborar listas de aprovação nos vestibulares diferenciadas entre alunos de escolas privadas e públicas.
São elas a Universidade de Minas Gerais, Viçosa, Lavras, Uberlândia, Juiz de Fora, de Ouro Preto, Fundação de Ensino Superior de São João Del-Rei, Escola Federal de Engenharia de Itajubá, Faculdade Federal de Odontologia de Diamantina, Escola de Farmácia e Odontologia de Alfenas, Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro e Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais. Para a procuradora regional da República Denise Vinci Tulio, autora do parecer da Procuradoria Regional da República da 1ª Região, "a Constituição Federal garante a igualdade de oportunidades entre todos e, portanto, é direito de todos o acesso aos níveis mais elevados de ensino".
Segundo ela, "é induvidosa a grande distância entre as condições fornecidas pelas escolas públicas e pelas escolas particulares no preparo daqueles que pretendem prestar o exame vestibular", o que justifica a necessidade da reserva de vagas.
O pedido de reserva de vagas foi feito em ação civil pública ajuizada pela Procuradoria da República em Minas Gerais em 1999. Em maio de 2001, a 12ª Vara Federal de Belo Horizonte obrigou os centros de ensino superior a destinarem metade de suas vagas a estudantes de escolas públicas. As faculdades recorreram ao TRF-1.
A PRR-1 defendeu a reserva de vagas e o Tribunal, acolhendo o parecer da Procuradoria, manteve a decisão de primeira instância.A desembargadora federal Selene Maria de Almeida, relatora do processo no TRF-1, afirmou que "o número de vagas nas universidades públicas é notoriamente insuficiente e o processo de privatização acelerado pelo qual o ensino superior está passando não atende às necessidades dos candidatos de baixa renda".
Foi com essa motivação que o procurador da República Fernando Martins ajuizou a ação há quase oito anos. Para ele, "o ensino superior público, apesar de gerar um alto custo para a sociedade em geral, vem sendo usufruído quase exclusivamente por famílias de classe média e alta". Processo: 1999.38.00.036330-8/MG.

sábado, 22 de setembro de 2007

Edital apóia inovação em empresas

Encontra-se aberta, até o dia 10 de outubro, a seleção pública de propostas para apoio a projetos de inovação tecnológica de interesse de micro e pequenas empresas, visando o aumento da competitividade, adensamento tecnológico e dinamização das cadeias produtivas. A seleção é feita pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Sebrae.
O objetivo da chamada é selecionar projetos de inovação tecnológica de interesse de micro e pequenas empresas, a serem executados por universidades, em cooperação com outras micro e pequenas empresas brasileiras inseridas em Arranjos Produtivos Locais (APLs) ou no âmbito das prioridades da Política Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior (PITCE), que são semicondutores/microeletrônica, software, bens de capital, fármacos, medicamentos, biotecnologia, nanotecnologia, biomassa e energias renováveis.

Há duas linhas de apoio para os projetos. A primeira linha diz respeito às micro e pequenas empresas inseridas em arranjos produtivos locais, cujo grupo deve ser formado por, no mínimo, três empresas. A segunda linha abrange as micro e pequenas empresas que tem atuação nas prioridades da PITCE.

O prazo de execução dos projetos é de 36 meses e os valores solicitados por proposta devem ser de, no mínimo, R$ 200.000,00 e, no máximo, R$ 500.000,00. Os valores incluem a previsão de material de consumo, softwares, equipamentos, importação, serviços terceirizados, patenteamento, obras e instalações civis, bolsas, entre outros. As micro e pequenas empresas deverão ter contrapartida financeira de 10% do valor total do projeto.

Mais informações sobre o edital podem ser obtidas em http://www.finep.gov.br/.

Mais jovens no ensino superior

O número de estudantes no ensino superior cresceu 13,2% de 2005 para 2006. Nos demais níveis, houve decréscimos (-4,5% no pré-escolar e -0,9% no ensino médio) e um ligeiro aumento (0,5% no ensino fundamental). Os dados são da última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). Apesar do maior acesso ao ensino superior, o país ainda tem um grande número de jovens analfabetos: 2,4 milhões. A maior concentração está no Nordeste, onde vivem 65% dos jovens analfabetos do país.
De acordo com o levantamento, apesar de o número de estudantes da rede pública ainda ser significativamente maior que o da rede privada (43,7 milhões contra 11,2 milhões, respectivamente), de 2005 para 2006, o total de estudantes na rede particular cresceu 7,5%; enquanto na rede pública diminuiu 0,7%. A expansão na rede privada foi mais forte no nível superior: 15,3%. Fonte: IBGE

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Concurso de bolsas para jovens do Coletivo Latino-americano de Jovens

O Projeto Coletivo Latino-americano de Jovens Promotores de Juventude, da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (FLACSO), oferece bolsas de estudo com o objetivo de gerar espaços onde os jovens da América Latina e Caribe atuem e participem na produção de conhecimento sobre juventude. Podem se inscrever jovens entre 18 e 30 anos, que estejam interessados em estimular o conhecimento sobre a juventude, e que possam aportar visibilidade sobre este tema, influenciando a participação juvenil no desenvolvimento social, nas políticas públicas e programas sociais nos diferentes países.
As propostas devem ser criativas e analíticas, que tratem de realidades relevantes à juventude, e se priorizarão projetos com metodologias inovadoras. Se valorizará especificamente aqueles jovens que tenham condições para dar sustentabilidade ao Coletivo e cujo interesse no conhecimento não seja apenas acadêmico, mas que dê voz aos setores juvenis. Podem participar jovens dos seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai . A quantia oferecida aos vencedores é de US$ 1.000 a US$ 5.000.
As propostas serão analisadas por um Conselho Internacional, anunciando a seleção final dos ganhadores em 30 de outubro. As inscrições devem ser feitas pelo site www.colectivojuventud.org até 17 de setembro.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Empresas Gaúchas - Vinícola Miolo

Em tempos de crise no setor público, nossos bons exemplos têm vindo do setor privado. As mudanças econômicas produzidas na serra do Rio Grande do Sul nos últimos vinte anos, onde várias empresas gaúchas tornaram-se referências nacionais e internacionais em seus negócios , merecem estudo e acompanhamento. Dentre as várias empresas que podemos citar, rendo uma pequena homenagem à Vinícola Miolo, que soube transformar dificuldade em prosperidade, com muita perserverança, capacidade de inovação e empreendedorismo.

Darcy Miolo (Sócio-Proprietário da Vinícola Miolo) e Eduardo Capellari

No final da década de 80, uma crise atingiu as cantinas gaúchas dificultando a comercialização de uvas finas e forçando a família Miolo, a partir de 1989, a produzir o seu próprio vinho para a venda a granel para outras vinícolas. Surge então a Vinícola Miolo. Alguns anos depois, em 1994, a empresa evolui para mais uma fase lançando seu próprio vinho. A primeira garrafa assinada pela família foi um merlot safra 1990, que na partida inicial teve 8 mil garrafas produzidas. O crescimento foi muito rápido. Tão rápido que a família percebeu que precisaria montar um plano ordenado de expansão para garantir um crescimento sustentável.
Para isso, era necessário centrar um plano focado na qualidade. A paixão pela vitivinicultura e o desejo de levar mundo afora o vinho fino brasileiro inspirou a família Miolo a tomar a decisão de expandir o negócio. Inicia-se então em 1998 o Projeto Qualidade. De lá pra cá a empresa não parou mais de crescer, com investimentos constantes na terra iniciado o Projeto de Expressão do Terroir Brasileiro, em tecnologia, em recursos humanos e no próprio consumidor.
Para a Miolo estar presente nas cinco principais regiões produtoras de vinhos finos do Brasil algumas alianças estratégicas foram feitas. O trabalho realizado em conjunto com a Empresa Lovara é um desses exemplos, que tem trazido resultados importantes no Vale do São Francisco e na Serra Gaúcha. O desenvolvimento do vinho RAR, com o empresário Raul Anselmo Randon, também merece destaque e reforça o conceito da Expressão do Terroir Brasileiro - que procura aproveitar a rica diversidade de climas e solos do país.
A Miolo tem o futuro organizado até 2012 através do seu Planejamento Estratégico, elaborado no ano de 2002. O documento apresenta como a empresa pretende cumprir seus objetivos a longo prazo, registra a missão, os princípios e a visão da Miolo em ser a referência do vinho fino brasileiro.
Para o sonho se tornar realialidade, metas foram traçadas nesse Planejamento Estratégico:
• ter 1000 ha de vinhedos próprios;
• produzir 12 milhões de litros de vinhos finos por ano;
• exportar 30% da sua produção anual;
• faturar R$ 150 milhões/ano;
• ser o maior negócio de vinhos finos do Brasil.

Inovação e desenvolvimento

Inovação e desenvolvimento
Gilson Schwartz
Guilherme Ary Plonski
O BRASIL novamente se defronta com o desafio histórico de realizar um salto de desenvolvimento: reservas internacionais em nível recorde, contas públicas contidas, ambiente internacional tenso -mas com vigor suficiente para dar dinamismo ao setor externo da economia, na iminência da premiação do país pelas agências globais de classificação de risco.
Como em poucas vezes na história deste país, estão dadas as condições de financiamento, inserção internacional e organização empresarial para aumentar significativamente a taxa média de crescimento econômico e de consumo popular.
De fato, em várias outras oportunidades, o país reuniu condições igualmente extraordinárias de crescimento -em alguns casos, falou-se até em "milagre". Como se sabe, no entanto, o bolo cresceu muitas vezes sem ser distribuído sequer razoavelmente.
E nunca é demais lembrar que o crédito, mesmo quando abundante, significa o adiamento de uma despesa, e não a elevação sem limites da capacidade de gasto (como estão aprendendo a duras penas os credores e devedores do sistema imobiliário norte-americano, com repercussões em todo o mundo). Os dados mais recentes do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) indicam uma espetacular taxa de crescimento, chinesa, no consumo e na renda de setores de menor renda na economia brasileira. As causas são amplamente conhecidas: da queda na inflação que tira do assalariado a canga mensal sobre o salário à expansão do crédito reforçada pela queda nos juros que a inflação menor permite, a receita do círculo virtuoso tem funcionado, em movimento amparado pela incessante acumulação de reservas num cenário internacional de liquidez abundante.
Porém, como sempre neste país, a questão central é agir para que a retomada do crescimento ocorra de forma sustentável não apenas na ótica macroeconômica clássica (inflação, câmbio e juros) mas sobretudo na perspectiva do desenvolvimento humano, ou seja, da distribuição de renda, poder e conhecimento.
A inserção virtuosa na globalização e a criação de novos mercados são condições para que o impulso ao consumo de massa, popular e da baixa renda dos últimos anos seja convertido em aumento da produtividade, do investimento e, cada vez mais, da inteligência nos negócios.
A complexidade e a competição inteligente formam um cenário inédito na história do capitalismo, a exigir de empresas, governos, universidades e organizações da sociedade civil novas competências de negociação, comunicação e redes de confiança.
As redes de informação e comunicação digitais podem cumprir uma função comunitária dando impulso a uma "inteligência cívica", resultado e requisito da inteligência nos negócios. Os desafios de formulação de políticas públicas e estratégias privadas de gestão dessas novas tecnologias constituem um fulcro da reconstrução da cidadania, da República e da solidariedade.
Há possibilidades de emancipação digital por meio da colaboração entre setor público e setor privado na solução dos problemas nacionais, do uso das tecnologias de informação e comunicação em favor do desenvolvimento humano e de um foco intensivo na inovação como elo entre crescimento econômico e distribuição de renda.
O país está preparado macroeconômica e institucionalmente para um salto de desenvolvimento, uma reconfiguração de seus domínios no espaço, no tempo e no universo digital. O salto não depende apenas da existência de recursos fiscais, de mecanismos de financiamento ou de descobertas científicas. Todos esses elementos estão presentes neste momento do século 21, mas o Brasil parece retardatário diante das economias de referência, os chamados Brics (com Rússia, Índia e China).
Nesses países as taxas de crescimento do consumo, do investimento, das reservas internacionais e de bem-estar social estão associadas, se é que não resultam mesmo, de taxas igualmente aceleradas de desenvolvimento tecnológico, científico e educacional. Nos três casos, as parcerias entre setor público, setor privado e instituições de ensino e pesquisa são evidentes e cada vez mais intensas. Cabe à sociedade brasileira assumir o desafio e constituir uma nova cidadania fundada no conhecimento, na cultura, na educação e na tecnologia.
GILSON SCHWARTZ , economista, sociólogo e jornalista, é criador e líder do grupo de pesquisa Cidade do Conhecimento ( www.cidade.usp.br ), da Escola de Comunicações e Artes da USP, e professor de iconomia da USP. Autor do livro "As Profissões do Futuro" (Publifolha, 2001).

GUILHERME ARY PLONSKI , engenheiro, é coordenador científico do Núcleo de Política e Gestão Tecnológica da USP, professor titular da Faculdade de Economia e Administração e professor associado da Poli, ambas da USP. Foi diretor superintendente do IPT (2001-2006).

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Brasil e Argentina abrem novos programas de pós-graduação

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes/MEC) e a Secretaria de Políticas Universitárias do Ministério de Educação, Ciência e Tecnologia da Argentina (SPU) assinaram quarta-feira, 29, em Brasília, dois acordos para implementação de programas conjuntos na pós-graduação. As áreas atendidas são engenharias, ciências da computação e informática. Os editais de seleção estão previstos para o dia 10 de setembro.
O primeiro deles, o Colégio Doutoral Brasil-Argentina, contemplará, na primeira etapa, as áreas de engenharias, ciências da computação e informática. O programa permitirá o reconhecimento mútuo de títulos dos estudantes de doutorado selecionados. O reconhecimento ocorrerá dentro da modalidade de co-tutela, onde o aluno permanece na instituição de destino por, no máximo, 18 meses. O estudante poderá ter o reconhecimento oficial dos títulos conferidos em ambos os países, de acordo com a convenção de co-tutela de tese, assinada pelas instituições brasileiras e argentinas.
Já na categoria de co-orientação, o doutorando deverá permanecer na instituição de destino pelo período máximo de 12 meses, desenvolvendo atividades sob a supervisão de um co-orientador, não tendo garantido o reconhecimento, pela Argentina, do título obtido no Brasil. As regras valem da mesma forma para os estudantes argentinos selecionados para estudar no Brasil.
O outro programa é o de Centros Associados para o Fortalecimento da Pós-Graduação Brasil-Argentina (CAFP-BA), que vai financiar projetos conjuntos de cursos de pós-graduação de instituições de ensino superior dos dois países. As propostas apresentadas podem abranger todas as áreas do conhecimento.
Para o secretário da SPU, Alberto Dibbern, há uma grande expectativa em relação a essas duas novas iniciativas. “Acreditamos que poderemos fortalecer os cursos por meio desse trabalho conjunto. Primeiro priorizamos três áreas, depois outras poderão ser acrescentadas”, afirmou. De acordo com o presidente da Capes, Jorge Guimarães, os dois países têm bom desempenho acadêmico, mas, ao mesmo tempo, apresentam acentuadas deficiências quantitativas de recursos humanos. “É uma excelente oportunidade dos cursos de pós-graduação realizarem a capacitação de pessoal qualificado com benefícios mútuos”, explicou. (Fonte: www.mec.gov.br)

domingo, 26 de agosto de 2007

Comissão Fulbright oferece bolsas de estudos no exterior

Para aqueles que querem estudar nos Estados Unidos, mas não tem condições de arcar com os custos, iniciaram na sexta-feira, dia 24, as inscrições para o Programa de Bolsa de Estudos nos Estados Unidos para Tecnólogos, promovido pela Comissão Fulbright do Brasil.
Serão oferecidas até 50 bolsas para brasileiros nas áreas de Administração, Gerenciamento de Negócios, Turismo, Hotelaria, Comunicação, Tecnologia da Informação e Tecnologias na área de Engenharia. Os alunos podem estudar em instituições norte-americanas de ensino superior voltadas para a formação de tecnólogos, os Community Colleges.
A oportunidade oferece bolsa de estudo de um ou dois anos aos alunos matriculados em programas de cursos técnicos superiores (com duração de dois ou três anos acadêmicos), em instituições reconhecidas pelo MEC.
Os requisitos são: possuir um nível intermediário de proficiência em inglês, ter nacionalidade brasileira e concluir 25% a 50% do curso, até o final deste ano.
Os selecionados receberão auxílio mensal para cobrir todas as despesas de permanência, moradia e alimentação, o pagamento das taxas escolares, seguro saúde e passagem área. Também será oferecido curso de inglês com duração de até dois meses nos Estados Unidos, dependendo do nível de conhecimento prévio de inglês do bolsista, antes do início das atividades.
Este é a segunda edição do Programa, que no ano passado ofereceu 12 vagas. As inscrições podem ser feitas até o dia 1 de outubro, no site http://www.fulbright.org.br/.

Brasil tem 1.078 cursos de Direito com 223,2 mil vagas

O Brasil já conta com 1.078 cursos de Direito, que oferecem anualmente 223,2 mil vagas. São Paulo tem 229 cursos. Em segundo lugar, aparece Minas Gerais com 131. O levantamento foi feito pela Comissão de Ensino Jurídico da Ordem dos Advogados do Brasil, com base em dados do Ministério da Educação. Para a entidade, os números só confirmam a preocupação com a proliferação de cursos e a má qualidade do ensino jurídico no país.
A região Sudeste, a mais rica do país, concentra 55% das vagas ofertadas em todo o país: 120,9 mil. A região responde por 46% dos cursos, apresentando um total de 496 faculdades. Sozinho, o estado de São Paulo responde por mais de um quarto (28%) das vagas por ano, ao oferecer 64,1 mil. E tem 21% de todas as faculdades brasileiras, que somam 229.
No outro extremo está a região Norte, contabilizando 59 faculdades de Direito, ou 5,4% do total de cursos. Os sete estados da região (Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) respondem por apenas 5,5% do total de cadeiras ofertadas para o ingresso dos cursos jurídicos: 12,3 mil vagas.
Acre e Roraima são os que menos oferecem vagas. Talvez também pela procura menor. Cada um tem três faculdades que oferecem, respectivamente, 340 e 270 vagas. (Fonte: Revista Consultor Jurídico, 21 de agosto de 2007)

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Concurso Inovação na Gestão Pública Federal

A ENAP Escola Nacional de Administração Pública em parceria com o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão lança este ano o 12º Concurso Inovação na Gestão Pública Federal.
O Concurso visa estimular, por meio do incentivo, reconhecimento e divulgação das iniciativas premiadas, a implementação de práticas inovadoras de gestão em organizações do Governo Federal. Dessa forma, busca-se a valorização dos dirigentes, gerentes e servidores, certificando a efetividade no setor público e a sua capacidade em responder e gerar resultados para a sociedade.
Clique aqui para acessar ao Manual com o Regulamento e as instruções para inscrição na 12ª edição do Concurso.Clique aqui para inscrever a sua iniciativa.
Para maiores informações:concurso.inovacao@enap.gov.br

Ministério da Ciência e Tecnologia realiza congresso para discutir biodiesel

Estudantes, pesquisadores e técnicos dos setores público e privado estarão discutindo questões relacionadas ao biodiesel - desenvolvimento sustentável, agricultura, caracterização e controle de qualidade, armazenamento, produção, co-produtos e uso. O debate acontecerá de 27 a 29 de novembro durante o 2º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel.

O congresso, uma realização do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) em parceria com a Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica (Abipti), será realizado na Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio (CNTC), em Brasília. Em 2005, a Abipti, com o apoio da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico do MCT, implementou o projeto de consolidação da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel. No mesmo ano, o Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict) criou o portal do Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel. O portal de Biodiesel, hospedado pelo Ibict, foi elaborado com o objetivo de desenvolver tecnologias de inovação nas áreas de plantio, produção, armazenamento e desenvolvimento sustentável.

O site traz informações de empresas que trabalham com o biodiesel, relação de equipamentos e materiais para a produção e também é um ambiente no qual as pessoas interagem e encontram informações sobre parceiros e investidores. Só em 2006 o portal teve mais de 221 mil acessos. Para participar do 2º Congresso da Rede Brasileira de Tecnologia de Biodiesel, os interessados devem enviar artigos para a Comissão Técnico-científica até o próximo dia 17. Só serão consideradas as propostas encaminhadas pelo seguinte e-mail: congresso.rbtb@abipti.org.br / (Fonte:www.brasil.gov.br/emquestao).

Joinville terá campus da UFSC

Joinville foi escolhida como cidade sede da unidade da Universidade Federal de Santa Catarina na região Norte do estado.
Segundo informações da Amanhã Online, a prefeitura doou uma área de 1,2 milhão de metros quadrados ao lado do entroncamento das BRs 101 e 280. A universidade terá foco em pesquisa e inovação tecnológica.
É a terceira unidade que a UFSC instala no interior do estado. A universidade já tem espaços em Araranguá, no sul, e Curitibanos, no oeste. Joinville concorria com Jaraguá do Sul e Guaramirim.
Ouvido pela reportagem da revista gaúcha, o reitor da universidade federal catarinense, Lúcio Botelho, disse que espera ter os recursos já em 2008, para dar início às atividades no ano seguinte. (Fonte: http://www.baguete.com.br)

Cursos de Filosofia e Letras da UPF completam cinqüenta anos

Os cursos de Letras e de Filosofia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade de Passo Fundo (UPF), em comemoração ao seu jubileu de ouro, realizaram uma Aula Magna no último dia 9 de agosto, no Centro de Eventos da UPF. Aproximadamente 600 participantes acompanharam a aula especial, proferida pelo professor Dr. Donaldo Schüller, que abordou o tema “A figura do homem e da mulher na mitologia grega”.
Na sessão de abertura, a professora Neusa Rocha, diretora do IFCH, destacou o pioneirismo dos cursos de Filosofia e Letras no ensino superior da região, seu importante papel para a posterior instalação da UPF e sua contribuição para o desenvolvimento do município e da região. Em seu discurso, fez menção ao trajeto histórico desses dois cursos, ressaltando a importância de ambos na consolidação do compromisso da UPF na formação de profissionais qualificados e de cidadãos capazes de contribuir para a melhoria da sociedade.
Ainda na solenidade de abertura, foi realizada uma homenagem aos ex-diretores da antiga Faculdade de Filosofia, da qual os dois cursos faziam parte quando iniciaram suas atividades, em 8 de março de 1957, aos ex-diretores do IFCH e aos ex-chefes de departamento e coordenadores dos cursos de Filosofia e Letras, ao longo desses 50 anos.
Presenciaram a solenidade o reitor da UPF, Rui Getúlio Soares, e os vice-reitores de Pesquisa e Pós-Graduação, Hugo Tourinho Filho, e Administrativo, Nelson Germano Beck, além do coordenador do curso de Filosofia, Ângelo Cenci, da coordenadora do curso de Letras, Fabiane Verardi Burlamaque, e outros diretores de unidade, convidados especiais, professores dos cursos do IFCH, alunos dos cursos de Letras, Filosofia e dos demais cursos que integram o IFCH.
Considerando que o IFCH é uma unidade que se destaca pelo desenvolvimento de pesquisas e de produções científicas, foi realizada, após o evento, uma Feira do Livro do IFCH, com as publicações produzidas pelos professores da Unidade, através da UPF Editora. Após a aula especial, foi oferecido um coquetel a todos as autoridades, convidados especiais, professores e alunos. Schüller, depois de proferir sua palestra, participou de uma sessão de autógrafos. Fonte (http://www.upf.br/).

Prêmio IBGC de Governança Corporativa

O objetivo do Prêmio é reconhecer a atuação de empresas e demais partes interessadas na governança corporativa (“agentes de mercado”) em quatro categorias: Empresas Listadas, Empresas Não-Listadas, Evolução em Governança Corporativa e Inovação em Governança Corporativa.

Para maiores informações, consulte o Regulamento.

Faça o download dos questionários:
· Categoria Empresas Não-Listadas
· Categoria Inovação em Governança Corporativa
· Categoria Empresas Listadas

Participe enviando o(s) questionário(s) preenchido(s) até 06 de setembro de 2007 para o e-mail premiogc@ibgc.org.br.

Concurso de Monografias - CVM / BOVESPA

Tema: "Formas de Diversificação de Investimentos Via Mercado de Capitais em Cenário de Redução de Taxa de Juros"
Poderão inscrever-se:
(i) estudantes universitários que estiverem matriculados até a data final para a entrega dos trabalhos (01 de novembro de 2007), ou que tiverem se formado no final do 2º semestre de 2006, em cursos de graduação reconhecidos pelo MEC, condição a ser atestada por declaração da instituição de ensino (Modalidade “universitária”); e
(ii) estudantes que estejam cursando pós-graduação (seja “lato sensu” ou “stricto sensu - mestrado”) até a data final para a entrega dos trabalhos (01 de novembro de 2007), ou que tiverem concluído curso de pós-graduação no final do 2º semestre de 2006, em cursos reconhecidos pelo MEC, condição a ser atestada por declaração da instituição de ensino (Modalidade “pós-graduação”). Não poderão participar estudantes que estejam cursando pós-graduação “stricto sensu - doutorado”.
Regulamento
Consulte o regulamento nos sites www.bovespa.com.br ou www.cvm.gov.br
Premiação
Serão premiados os autores da melhor monografia na modalidade universitária e na modalidade pós-graduação. O prêmio será uma viagem de sete dias aos Estados Unidos, no primeiro semestre de 2008, incluindo passagens aéreas e estada pagas, com visita a várias instituições ligadas ao mercado de valores mobiliários em Nova York (tais como: New York Stock Exchange - NYSE, Nasdaq, bancos de investimento etc.) e em Washington (Securities and Exchange Commission - SEC).

Acuarelas y dibujos de Henry Price



Acuarelas y dibujos de Henry Price - http://www.lablaa.org/exposicion-henryprice.htm

Educação superior não é só para ser doutor

"A educação superior não é só para ser doutor. É preciso oferecer para todos a possibilidade de crescimento profissional". A afirmação é do pesquisador Antônio Araújo de Freitas Júnior, vice-presidente da Associação Nacional dos Cursos de Graduação em Administração (Angrad), diretor da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração (Anpad) e professor da Faculdade Getúlio Vargas do Rio de Janeiro, que concedeu entrevista ao site Aprendiz sobre o quadro atual da educação superior brasileira.
Para ele, formação de tecnólogos é fundamental, pois atenderia ao bojo de estudantes que não tem necessariamente desejos acadêmicos. O pesquisador também tratou da qualidade das universidades particulares, sistemas de avaliação e fundações.

Aprendiz: Como o senhor analisa a expansão do ensino universitário brasileiro e os últimos resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade)?

Antônio Alves de Freitas Júnior: O ensino superior brasileiro cresceu bastante nos últimos anos, mas continua pequeno. Temos apenas 9% da população de 18 a 24 anos matriculada, contra 38% no Chile e 82% nos Estados Unidos. Nossa expansão universitária é ilusória, está abaixo, inclusive, da Bolívia.

Não se pode acusar as universidades de terem um nível fraco. Infelizmente, o problema é mais grave. Os alunos ingressantes não tiveram um ensino básico de boa qualidade. Então, não é possível simplesmente dizer que universidade privada é pior do que uma tradicional instituição particular ou pública. As mais tradicionais, além de serem boas, recebem alunos de melhor qualidade. Nesse contexto, o que vale é o valor agregado. A universidade não pode ser responsável por uma pessoa de 30 anos que não teve boa alimentação e educação. A responsabilidade dela restringe-se aos quatro ou cinco anos que esse aluno fica em seus bancos.


Aprendiz: Mas a situação é a adequada?

Freitas Jr.: É necessário mais investimento no ensino superior. Aqueles que não estão freqüentando os bancos de uma faculdade precisam de mecanismos governamentais para chegar lá. Investir nessa área não é caro e sempre traz algum retorno. Na Coréia do Sul, por exemplo, é feito um sistema de vaucher. Por meio dele, o estudante tem acesso ao ensino superior e depois de graduado, paga pelo curso. No contexto brasileiro, não adianta só investir no acesso. É preciso garantir a permanência, pois grande parte do alunado é muito pobre e as instituições de ensino também se prejudicam com os altos índices de inadimplência. Não é que as pessoas sejam maus-caracteres, é o problema da realidade salarial do país.


Aprendiz: Quais as possíveis soluções para o contexto brasileiro?

Freitas Jr.: Acredito que o problema esteja no ensino básico. A primeira ação necessária é a capacitação e valorização do educador da educação básica. Oferecendo apenas R$500, não se seleciona o melhor. Por mais que haja esforços governamentais na capacitação do quadro profissional das escolas públicas, ela é muito mais uma idéia do que prática.


Aprendiz: Mas como assegurar pelo menos um curso superior de qualidade para esses jovens que tiveram problemas na educação básica?

Freitas Jr.: A educação superior não é só para ser doutor. É uma percepção errada acreditar que ensino superior deva ser erudito. É preciso oferecer para todos a possibilidade de crescer profissionalmente. O fato da classe social não pode ser mais um fator discriminatório na educação. Só 4% dos brasileiros têm ensino superior, contrário aos 40% do Canadá. É por isso que o Brasil é o Brasil e o Canadá é o Canadá...Dessa forma, o ensino tecnológico é uma boa alternativa. Formação de tecnólogos é fundamental e atenderia ao bojo de estudantes que não tem necessariamente vontade acadêmica. A questão da fiscalização, com exames como o Provão ou o Enade, é outra. A situação atual não é a ideal, mas é importante ressaltar que, até a década de 1950, só a elite tinha acesso ao ensino superior e segundo o governo federal, o prognóstico é de 10 milhões de estudantes de graduação até o final do segundo mandato do presidente Luis Inácio Lula da Silva. Para que isso realmente aconteça, é preciso que haja efetivamente uma participação social que questione as políticas e pressione pelo acesso e garantia do ensino superior.


Aprendiz: Sobre os sistemas de avaliação, como o senhor avalia a recusa dos estudantes a participarem dos exames? E qual a diferença qualitativa do Enade em relação ao antigo Provão?

Freitas Jr.: Primeiramente, é claro que os estudantes não querem o exame, pois não gostam de fazer prova. Mas eles precisam entender que, no fundo, os beneficiários são eles próprios, pois com os resultados é possível avaliar as instituições de ensino. Na época do Provão, por mais problemas que ele apresentasse, existia uma avaliação geral que não acontece agora. O Enade avalia por amostragem, o que acaba sendo muito falho. Se por exemplo, eu for na rua agora e fazer a média de peso de 10 pessoas aleatoriamente, terei um resultado x, mas se for para outra rua, com outras pessoas, essa média será diferente.


Aprendiz: Produzir simplesmente um ranking não acirra a competição entre as instituições, o que mercantilizaria ainda mais o ensino superior?

Freitas Jr.: O Provão fazia uma análise mais real do panorama universitário. Acredito que a competição entre as instituições seja extremamente saudável e deva existir.


Aprendiz: Como o senhor avalia a parceria que muitas universidades têm buscado com instituições estrangeiras?

Freitas Jr.: Acredito que todas as parcerias podem ser bastante benéficas, mas cabe ao Ministério da Educação (MEC) verificá-las. Desde que sadias, no mundo globalizado atual, elas são fundamentais. A Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer), por exemplo, usa tecnologia de motores ingleses. A TAM, a GOL e a Varig - empresas de aviação - têm parcerias no exterior. Nossos times de futebol fazem parcerias. É fundamental que nossos estudantes também tenham experiências internacionais. Os chineses, por exemplo, mandam seus estudantes estudar fora do país. Convênios com instituições de renome podem ser muito interessantes, desde que os interesses sejam contemplados dos dois lados da parceria.


Aprendiz: E a questão das fundações nas universidades públicas?

Freitas Jr.: Bom, nas universidades públicas a história é outra. Deve ser uma decisão governamental, ou é tudo gratuito ou não é nada. As fundações só fazem excluir o já excluído pobre. Ou cobra de todo mundo ou de ninguém. Com as fundações há uma dicotomia na universidade pública, pois, por exemplo, ganham prestígio e dinheiro extra em cursos por elas apoiados. Enquanto que a Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (FEA-USP) oferece cursos pagos, a Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH) não consegue proporcionar lucros para as empresas privadas e por isso vira um curso para pobres. Isso é absurdo. É muito comum os professores de Administração terem salários muito superiores aos dos de Filosofia. É uma realidade psicótica, associando lucro à produção acadêmica. Não dá para conceber alguns professores de universidades públicas andando de BMW porque dão consultoria utilizando o nome da universidade em nome da pessoa física.


Aprendiz: Como o senhor vê os exames de ingresso na universidade, como por exemplo, o vestibular?

Freitas Jr.: Sou a favor de que o acesso à educação seja o mais aberto possível, mas a realidade nos países desenvolvidos é diferente. Nos Estados Unidos, existem, por exemplo, as Comunity Colleges (Universidades da Comunidade) que recebem alunos praticamente sem exame. Agora, existem umas 50 universidades norte-americanas que competem brutalmente pelos estudantes bons, independente da classe social. Porém, acredito que a educação deva ser por mérito. Como existem poucas vagas no Brasil, deve existir algum exame, algum processo seletivo. Cartas de recomendação como as que existem nos Estados Unidos de nada adiantariam no Brasil, pois aqui todo mundo só sabe escrever carta de recomendação positiva. (Fonte: http://www.uol.com.br/ - Portal Aprendiz)