quarta-feira, 18 de julho de 2007

Músico passo-fundense radicado na Áustria ganha exposição na IMED

Alegre Corrêa nasceu em 09 de junho de 1960, em Passo Fundo, e viveu sua infância e sua adolescência na Vila Cruzeiro. Hoje ele é componente da Vienna Art Orchestra, mora na Áustria e já lançou mais de dez discos. Instrumentista (guitarrista, violonista e percussionista) autodidata, compositor e arranjador, Alegre tem agora sua história revisitada na terra natal.
A IMED abriu esta semana a exposição histórica "A música do passo-fundense Alegre Corrêa", de reportagens, folders, fotografias e pertences da trajetória do músico, desde a sua formação em Passo Fundo, até o sucesso na Áustria.
Alegre iniciou sua carreira em 1973, tocando guitarra em bailes e bares. Em 1980 deixou a cidade natal. Passou por Florianópolis, Porto Alegre e Santa Rosa, onde trabalhou com diversos músicos. Em 1988 viajou para Viena, onde fez parte do Mato Grosso Group e atuou em shows e gravações com vários artistas europeus. Em 1993, lançou seu primeiro disco como artista solista e obteve o patrocínio da Thomastik Infield, fabricante de cordas para instrumentos musicais. Alegre Corrêa foi o primeiro músico brasileiro a integrar a Vienna Art Orchestra. Em 2002, foi contemplado com o prêmio Hans Koller Preis, na categoria Melhor Álbum do Ano, pelo disco "Mauve".
A exposição pode ser visitada na Biblioteca IMED, até 17 de setembro de 2007. O material exposto foi cedido pelo compositor e amigo, Raul Boeira, de seu arquivo pessoal. Informações nos sites www.imed.edu.br e www.alegrecorrea.com.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Pietá de Michelangelo


Comunidade Européia reage contra fuga de cérebros

"Salvemos a pesquisa." Com esse apelo, uma petição lançada em 7 de janeiro, na França, reuniu, em menos de dois meses, mais de 70 mil assinaturas de pesquisadores e cientistas —em adesão ao movimento, mais de 1.300 diretores e 2.000 chefes de equipe pediram demissão de seus cargos em institutos de pesquisa franceses.Acrescentado o apoio de cidadãos comuns, esse número já atingiu mais de 280 mil nomes. O alcance da iniciativa revelou o descontentamento da categoria com as atuais condições de carreira e trabalho no país.A fuga de cérebros para o exterior é um dos problemas graves que a Europa enfrenta hoje. Segundo a Comissão Européia, cerca de três quartos dos europeus que obtiveram um título de doutorado nos EUA de 1991 a 2000, aproximadamente 11 mil, não têm a intenção de retornar. As razões para o exílio voluntário são claras: melhores condições de trabalho, melhores perspectivas de carreira, acesso a tecnologias de ponta e mais liberdade para a pesquisa (leia texto à pág. 12).Após 13 anos trabalhando como pesquisador na área de biologia molecular, o inglês Karl Gensberg, 41, pretende abandonar a carreira acadêmica no mês que vem, quando termina seu contrato temporário com a Universidade de Birmingham (Inglaterra), e adotar uma nova profissão: encanador. A razão? A possibilidade de ganhar até o dobro do que obtém como pesquisador, £ 23 mil por ano (cerca de R$ 130 mil). O caso de Gensberg foi explorado à exaustão no mês passado pela mídia britânica.Esse é apenas um exemplo de como a crise do setor vem atingindo o continente. A fuga de cérebros tem causado, sem trocadilho, muita dor de cabeça. A origem principal do problema tem sido apontada como a diferença de recursos. Em 2000, os EUA investiram em pesquisa e desenvolvimento o equivalente a e 121 bilhões (cerca de R$ 450 bilhões) a mais que a União Européia.Além disso, a prática de investimentos privados em pesquisas nas universidades públicas, generalizada nos EUA, ainda é incipiente na Europa —em 2000, as empresas européias investiram em pesquisa e desenvolvimento e 79 bilhões (cerca R$ 295 bilhões) a menos que as companhias norte-americanas. Para corrigir isso, um dos objetivos da União Européia é, até 2010, passar do atual 1,9% do PIB investido no setor para 3%, sendo dois terços financiados pelo setor privado.Na Alemanha, que tem 20 mil jovens trabalhando em instituições científicas dos EUA —país onde também estão três dos quatro cientistas alemães que ganharam o Prêmio Nobel nos últimos anos—, o governo e a iniciativa privada estão se unindo.No ano passado, foi criada a GSO (German Scholars Organization), instituição liderada por empresários e pesquisadores com o objetivo de reconquistar os cientistas alemães que estão fora do país. Voltada para doutores e pós-doutores, a GSO coloca os cientistas em contato com empresas e instituições de pesquisa e mantém um site (www.gsonet.org) com uma bolsa de empregos. "Infelizmente, são os nossos melhores cientistas que não voltam", diz Wolfgang Benz, vice-presidente da GSO.O governo alemão também tem criado prêmios e rankings que destinam mais dinheiro à pesquisa nas universidades. Uma das medidas do governo pretende abrir portas para a carreira dos jovens cientistas com a chamada "cátedra júnior".A cátedra substitui o longo processo da habilitação acadêmica. Para cada professor júnior que uma universidade contrata, ela recebe do governo federal e 60 mil por ano. Das 800 vagas destinadas à "cátedra júnior", porém, apenas 350 foram ocupadas até agora, 15% das quais por cientistas alemães vindos do exterior.Apesar dos desafios, nem tudo está perdido. No Reino Unido, o "brain drain" (fuga de cérebros) acabou gerando um efeito colateral positivo: o "brain gain" (ganho de cérebros). As lacunas geradas pelo êxodo dos cientistas britânicos estão sendo preenchidas por cientistas de outros países, geralmente vindos de suas ex-colônias, como a Índia, o Paquistão e a Nigéria. Para eles, os salários e condições de trabalho são muito melhores que os de seus países de origem.Para o biólogo Peter Cotgreave, diretor da Save British Science Society (Sociedade Salve a Ciência Britânica), a circulação de cientistas entre os países é parte essencial da boa ciência. "O problema surge quando isso se torna um caminho de uma só mão." (Fonte: http://www1.folha.uol.com.br)

Juros em queda mudam perfil de gestor

O tempo em que os gestores de investimentos acompanhavam as empresas de capital aberto pela tela do computador entrou para a história. Se até pouco tempo, os gestores aplicavam uma parte mínima dos recursos de seus clientes em renda variável, com a queda nas taxas de juros e o crescimento do mercado de capitais, é cada vez maior a demanda por investimentos mais arriscados.
"O mercado mudou", afirma Jorge Paulo Lemann, da GP Investimentos. "Antes, as ações competiam com os juros altíssimos praticados no país. À medida que os juros estão se ajustando para baixo, também está ocorrendo uma transferência de interesses do investidor de renda fixa para o mercado de renda variável", diz Lemann (leia entrevista nesta página).
Para acompanhar essa tendência, o perfil dos gestores também teve de mudar. Há uma nova geração que já sai da faculdade sem medo de arriscar e explorar todas as possibilidades do mercado de capitais.E também profissionais de outras áreas, com larga experiência, que estão sendo trazidos para os bancos de investimento para agregar seus conhecimentos ao mercado.
Miguel Marques Gomes, 19, é um dos exemplos desse sangue novo que está chegando ao mercado. No 3º ano de economia da PUC-RJ, ele é estagiário na empresa de gestão de recursos Ático Asset Management desde o ano passado.
Porém, antes de começar a trabalhar, passou quatro meses lendo obras dos filósofos René Descartes e Karl Popper. Também se aprofundou em lógica, teoria dos jogos e, é claro, contabilidade.
"A faculdade ensina a técnica, mas ela é insuficiente hoje em dia", afirma Ricardo Junqueira, sócio-gestor da Ático. "Os gestores precisam saber questionar, duvidar, entender se um plano estratégico faz sentido e se a empresa entregará o que promete."
Na prática, isso significa ir além de ler o balanço da empresa na tela do computador ou ir a reuniões com os responsáveis por relações com investidores. Gomes, por exemplo, viaja, visita empresas e diz dedicar-se profundamente às áreas nas quais a gestora investe.
"Quando visito as empresas, consigo entender o que dizem as entrelinhas dos balanços", afirma ele. "Elas podem determinar o retorno de um negócio", completa.
Parcerias
Esse sangue novo também tem chegado às gestoras na forma de parcerias ou contratações bastante específicas. A Rio Bravo Investimentos, por exemplo, trouxe Mario Fleck para cuidar do fundo voltado a empresas de capital aberto, o RB Fundamental. Fleck esteve por nada menos do que 28 anos na consultoria Accenture, 14 dos quais como presidente.
Nessa posição, ele conheceu como poucos a intimidade das empresas no Brasil. Experiência fundamental para administrar um fundo que diz ter como principal meta respeitar e ouvir o acionista minoritário.
"Acreditamos que temos competência para agregar valores à gestão das empresas nas quais investimos", afirma Fleck. "Não somos torcedores de arquibancada."
O resultado pôde ser medido em números. No ano passado, o RB Fundamental teve uma rentabilidade de 68%. A rentabilidade média do Ibovespa, em 2006, foi de 33,73%.
Para a Rio Bravo, o percentual é atraente não apenas para novos investidores, já que 30% do valor aplicado sai obrigatoriamente dos bolsos dos sócios da gestora.
"As assets [gestoras] têm buscado alternativas para se diferenciar dos grandes bancos", diz William Eid Júnior, coordenador do centro de estudos em finanças da FGV (Fundação Getulio Vargas). "Só com uma rentabilidade muito maior conseguem fazer com que os clientes abram mão da segurança dos bancões."
O banco de investimentos Banif, por exemplo, associou-se à gestora Nitor no fim de março para buscar esse diferencial. Com uma carteira voltada apenas para investimentos em renda fixa e em alguns fundos especiais, como os ambientais e de infra-estrutura, o banco fez a parceria exatamente para atender à demanda de seus clientes, preocupados com o baixo retorno dos fundos DI.
"Em vez de começar do zero, o Banif preferiu associar-se a uma empresa que já tivesse histórico de rentabilidade", diz Rodrigo Lopes, estrategista de renda variável da Banif Nitor. Com isso, a carteira de investimentos da Nitor passou de R$ 400 milhões de patrimônio para R$ 1,4 bilhão. (Fonte: http://www1.folha.uol.com.br)

Vincent Van Gogh


Terraço do Café à Noite
Vincent van Gogh, 1888

domingo, 15 de julho de 2007

Nestlé pretende dobrar de tamanho no Brasil até 2012

A Nestlé pretende dobrar de tamanho nos próximos cinco anos no Brasil e atingir R$ 22 bilhões em faturamento em 2012. Para isso, a empresa traçou um plano bastante agressivo que inclui lançamento de produtos, entrada em novas categorias, ampliação de capacidade, vendas porta a porta, regionalização e aquisições.
"Temos crescido o dobro do PIB ao ano, nos últimos cinco anos", afirma Ivan Zurita, presidente da Nestlé. "Como os fundamentos econômicos do país estão muito bons e não há ameaças visíveis no horizonte, temos um plano definido para duplicar em cinco anos."
A missão não será fácil. A empresa cresceu 8% em volume e 10% em faturamento no primeiro semestre. Mas, apesar de o consumo estar em alta, a renda da classe média, responsável por boa parte das vendas da Nestlé, está estagnada há anos.
"É uma missão titânica", diz Adalberto Viviani, sócio da consultoria Concept, especializada em alimentos e bebidas. "Esse crescimento só será viável com aquisições, comprando espaço em gôndola e, conseqüentemente, empresas."
A Nestlé não descarta a hipótese. Ao contrário. Segundo Zurita, a empresa tem estudado aquisições que dêem velocidade ao crescimento planejado.
A companhia também tem investido R$ 250 milhões ao ano, nos últimos anos. Apenas em 2007, serão inauguradas três fábricas. A previsão é serem abertas pelo menos duas por ano, até 2012. "A cada 3% de crescimento, precisamos de uma nova fábrica", diz Zurita.
O dinheiro também vem sendo utilizado em inovações e lançamentos. Ontem, a empresa anunciou que toda sua linha de cereais matinais, que tem 11 produtos, como Nescau Cereal e Moça Flakes, será feita com grãos integrais. O Neston e a Farinha Láctea também usarão esse tipo de matéria-prima.
"A tecnologia foi desenvolvida na Suíça nos últimos quatro anos, com investimento de R$ 50 milhões, e nenhum concorrente tem", diz Zurita. "Poderemos no futuro usar grãos integrais em biscoitos e barras."
Essa pode ser uma alternativa para evitar a hipótese de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) proibir propaganda de alimentos de baixo teor nutritivo, como biscoitos. Ao mesmo tempo, fortalece a linha de alimentos funcionais e com apelo saudável da empresa que recentemente investiu em lançamentos como o iogurte Nesvita, a linha à base de soja Sollys, e reduziu os teores de sal e açúcar de produtos.
Outra linha de crescimento diz respeito à regionalização. Depois de colocar R$ 100 milhões na fábrica de Feira de Santana (BA), a empresa antecipou os investimentos programados para os próximos três anos, de mais R$ 100 milhões, graças ao aquecimento da economia na região.
A próxima área a ser regionalizada será a região Sul, e o mesmo será feito com Sudeste e Centro-Oeste. Para os especialistas, a Nestlé está seguindo uma tendência mundial.
"Ao customizar produtos para as regiões, a Nestlé melhora suas margens e cria barreiras para outros competidores", afirma Claudio Felisoni, coordenador do Programa de Administração do Varejo (Provar). (Fonte: http://www1.folha.uol.com.br)