Entrevista concedida para Sílvia Brugnera, publicada no jornal O Nacional, de Passo Fundo (RS), no dia 07 de agosto de 2007.
Qual é a sua perspectiva em relação a educação em Passo Fundo nos próximos 20 anos?
Penso que não podemos avaliar o cenário da educação em Passo Fundo, sem percebermos o movimento que está ocorrendo nacionalmente. Em primeiro lugar, a educação está deixando de ser uma prioridade das esferas de governo e está se tornando uma prioridade da sociedade. Quando afirmo isso, estou sinalizando para a mudança de perspectiva que passou a orientar os diversos segmentos do país, que pode ser resumida na seguinte percepção: O Brasil somente terá condições de competitividade na economia globalizada, na medida em que formar recursos humanos de qualidade.
Com isso, vamos acompanhar os seguintes movimentos nos próximos anos:
(a) Inicialmente uma corrida pela universalização do ensino básico – o FUNDEB, as parcerias entre as esferas de governo, as parcerias entre o setor público e o privado, bem como uma infinidade de arranjos institucionais, buscando a oferta de ensino básico, capaz de alçar a sociedade brasileira para níveis internacionais de alfabetização (agora também alfabetização digital). Quem não lê, não trabalha, não compra, e, portanto está fora da sociedade de conhecimento e consumo.
(b) Por outro lado, vamos acompanhar o debate a respeito da natureza do ensino médio. Para que servem as escolas de ensino médio? Durante um determinado período de tempo, tivemos um modelo em que o segundo grau constituía-se em possibilidade de profissionalização dos indivíduos. O país mudou o modelo e transformou o segundo grau em instância de formação para a cidadania, preparando o jovem, no limite, para o vestibular. Ocorre que esta proposta está em crise – os jovens, no ensino público, percebem que a sua entrada no mercado de trabalho não será viabilizada pela escola (a maioria das empresas já está solicitando que os candidatos estejam cursando o ensino superior); como, também, não viabilizará o ingresso nas universidades públicas e gratuitas (e as universidades privadas já não realizam um “processo seletivo” há alguns anos). Portanto, que modelo de escola atenderá a demanda de um imenso contingente de jovens que não se sentem representados e amparados em suas ambições e projetos pelo Brasil do século XXI?
(c) Um terceiro fator está ligado ao ensino superior. O Brasil vive desde 1995, um movimento de expansão do ensino superior privado. A explicação aos fatos reside na percepção do Ministério da Educação, à época dirigido pelo Ministro Paulo Renato de Souza, amparado em avaliações dos mecanismos internacionais – Banco Mundial, preponderantemente, através de um estudo intitulado “La enseñanza superior: las lecciones derivadas de la experiencia” – de que o país necessitava de um choque no sistema de ensino superior. Ampliar as vagas constituía a condição básica para o desenvolvimento econômico, bem como garantia de distribuição de renda (no Brasil do final século XX, diploma de graduação ainda era garantia de empregabilidade, criando um fosso na remuneração entre os indivíduos com ensino superior formal e aqueles que não tinham tal possibilidade). Para alcançar os dois desafios, levando em consideração que a União não possuía as condições econômicas para investir maciçamente no setor, priorizou-se a expansão pela autorização de vagas no setor privado. Tivemos desde então uma corrida pelo credenciamento de faculdades e autorização de cursos que fez com que o sistema ultrapasse a marca de 2.140 instituições de ensino, com mais vagas do que alunos formandos no segundo grau em condições de pagar mensalidades. Com isso, o próximo movimento que acompanharemos estará estruturado em torno da fusão de pequenas instituições por grandes grupos educacionais – lembro aqui de três, a título de ilustração, Anhangüera Educacional / SP, Estácio de Sá / RJ e Kroton Educacional / Pitágoras / MG – que passarão a comprar as pequenas faculdades do país. (
(d) Outro movimento importante consiste na quebra dos limites formais entre escola / mundo acadêmico e ambiente de trabalho / profissional. As entidades associativas, as empresas, os partidos políticos, os sindicatos, também passarão a oferecer modalidades distintas de formação, conveniados ou não com instituições de ensino. Assim, MBA’s corporativos, cursos in company, projetos como escola de fábrica, a título de exemplos, serão a regra nos próximos anos, em um grande movimento de “educação continuada”, ou seja, amparados na visão de que a relação entre a teoria e a prática (momento de aprender e momento de aplicar) está se esvanecendo, bem como a idade de estudar e a idade de trabalhar. Os indivíduos do século XXI terão de continuar estudando pelo resto de suas vidas, sob pena de ficarem na marcha do processo de transformação da sociedade.
Assim, prezada Sílvia, penso que as tendências apontadas não são diferentes para Passo Fundo. Todos os movimentos apontados já possuem reflexos na cidade. Desde a busca incessante do Secretário Municipal na viabilização da universalização do ensino básico, bem como a crise de projeto político-pedagógico das escolas de ensino médio, passando pela expansão do ensino superior privado – UPF, IMED, FACPORTAL, FAPLAN, SENAC, IFIBE, e agora, ANGLO-AMERICANO -, a organização dos setores produtivos e associativos para viabilizar formação permanente – a universidade corporativa do CDL, dentre tantas outras experiências.
As respostas a estes desafios é que colocarão Passo Fundo no mapa das cidades “inteligentes”, capazes de criar e atrair empreendimentos econômicos, atrair e manter talentos (por mais que muita gente ainda pense em contrário, indivíduos com inteligência fazem muita diferença) e viabilizar inovação tecnológica e de processos.
Como o senhor imagina que a instituição vai estar daqui há 20 anos?
A IMED será, daqui a vinte anos, a viabilização da visão original que orientou sua fundação, definida pelos seus sócios – Eduardo Capellari, Henrique Kujawa, Marcelino Pies, César Garbin, José Roberto Vanni, Volmir Fornari, Claudemir Braganholo, Rachelle Balbinot, Luís Cláudio Steglish -, em sua maioria professores universitários, desde antes da criação da faculdade.
Será uma instituição de 3.000 alunos de graduação; com uma rede de pós-graduação lato sensu alicerçada no sul do Brasil (oferecemos atualmente pós-graduação / especialização, através de convênios, em Passo Fundo, Erechim, Porto Alegre e Chapecó); reconhecida pela excelência no ensino e na sua capacidade de produzir conhecimento e soluções multidisciplinares para a região norte do Estado; com um corpo de professores de primeira linha – mestres e doutores capazes de superar os limites da visão acadêmica estreita que conduziu a relação das universidades brasileiras com o setor empresarial; com intensa interação com a comunidade, fundada na pluralidade, no espírito democrático e na tolerância às diferenças de pensamento.
Portanto, seremos uma instituição pequena, mas representativa das melhores práticas educacionais, capaz de atrair a atenção de alunos, pais, lideranças políticas e empresariais, nos diferenciando das instituições de massa que restarão ao movimento de compra e venda de faculdades que assistiremos nos próximos anos (até mesmo em Passo Fundo). As condições serão construídas paulatinamente. Passamos a fase inicial. A cidade de Passo Fundo está superando seu bloqueio de dialogar somente com uma instituição de ensino, e dá amostras de que este é um processo sem volta.
Na sua opinião quais são as principais profissões que irão se destacar no futuro em nosso município?
Passo Fundo é atualmente uma cidade prestadora de serviços. Complementará seu perfil nos próximos anos. O setor industrial passará a ter uma importância maior no PIB do município. Nestlé em Palmeiras das Missões, EMBARÉ em Sarandi, ITALAC em Passo Fundo, formarão uma cadeia industrial fundamental na economia da região, com reflexos fortes na cidade que vivemos. A BSBios, a UNIQUÍMICA, a criação de um pólo logístico, apontam outras mudanças. Vários dos investimentos mencionados estão sendo conduzidos por empresários e investidores de Marau, Colorado, Tapejara, Sarandi, Condórdia/ SC, Chapecó. Passo Fundo será, portanto um pólo de atração de investimentos e relações, o que demandará uma mudança brutal de pensamento dos nossos quadros políticos e empresariais. Ou nos tornamos ousados e empreendedores – tendo em vista o fim dos limites geográficos de Passo Fundo - ou seremos “comprados”, para utilizar uma gíria empresarial.
Respondendo à sua pergunta, penso que não existirão “as profissões do futuro”. Necessitamos de “habilidades do futuro”. Com isso, estou querendo dizer que para além da formação curricular – engenharia, administração, direito, etc – os indivíduos deverão possuir habilidades empreendedoras, visão global, domínio técnico de suas áreas e capacidade de produzir soluções a partir do diálogo com outras áreas do conhecimento.
Precisamos de bons médicos, mas capazes de dirigir clínicas, hospitais e sistemas de saúde. Precisamos de bons advogados, que sejam capazes de evitar litígios e não promovê-los. Precisamos de jornalistas que compreendam a comunicação para além das redações, que criem seus próprios espaços nas novas mídias existentes. Precisamos de bons programadores na informática, mas também sujeitos que criem empresas, gerem empregos, e entendam que o conhecimento não tem geografia (se tivermos boas soluções de software, competiremos em pé de igualdade com norte-americanos, europeus ou indianos).
Qual a contribuição da IMED na educação de Passo Fundo?
Sílvia, o grande português Fernando Pessoa cunhou uma frase que pode ser compreendida como emblemática em nosso tempo: “viver não é necessário; o que necessário é criar”. Apesar dos anos que nos separam a percepção do poema de Fernando Pessoa, em que reinterpreta a frase que “viver não é preciso, navegar é preciso”, apresenta uma capacidade ímpar de apreensão da realidade em que vivemos.
A grande contribuição da IMED para a cidade de Passo Fundo reside no compromisso em continuar crescendo, amparada nas premissas que sempre nos orientaram, mas cada vez mais, inovando na oferta dos cursos, na gestão, na compreensão do papel que devemos cumprir e na viabilização de sua visão estratégica, como expus anteriormente. Reinventando a própria forma de atuação das instituições de ensino superior, compartilhando conhecimentos, tecnologia, ensinando e, muito importante, aprendendo com nossos parceiros – sejam eles vinculados ou não ao mundo acadêmico.
Afinal, este é o papel de uma instituição de ensino superior em uma “sociedade do conhecimento”: não se apequenar diante dos desafios colocados, inovando sempre, pois “viver não é necessário; o que necessário é criar”.
Penso que não podemos avaliar o cenário da educação em Passo Fundo, sem percebermos o movimento que está ocorrendo nacionalmente. Em primeiro lugar, a educação está deixando de ser uma prioridade das esferas de governo e está se tornando uma prioridade da sociedade. Quando afirmo isso, estou sinalizando para a mudança de perspectiva que passou a orientar os diversos segmentos do país, que pode ser resumida na seguinte percepção: O Brasil somente terá condições de competitividade na economia globalizada, na medida em que formar recursos humanos de qualidade.
Com isso, vamos acompanhar os seguintes movimentos nos próximos anos:
(a) Inicialmente uma corrida pela universalização do ensino básico – o FUNDEB, as parcerias entre as esferas de governo, as parcerias entre o setor público e o privado, bem como uma infinidade de arranjos institucionais, buscando a oferta de ensino básico, capaz de alçar a sociedade brasileira para níveis internacionais de alfabetização (agora também alfabetização digital). Quem não lê, não trabalha, não compra, e, portanto está fora da sociedade de conhecimento e consumo.
(b) Por outro lado, vamos acompanhar o debate a respeito da natureza do ensino médio. Para que servem as escolas de ensino médio? Durante um determinado período de tempo, tivemos um modelo em que o segundo grau constituía-se em possibilidade de profissionalização dos indivíduos. O país mudou o modelo e transformou o segundo grau em instância de formação para a cidadania, preparando o jovem, no limite, para o vestibular. Ocorre que esta proposta está em crise – os jovens, no ensino público, percebem que a sua entrada no mercado de trabalho não será viabilizada pela escola (a maioria das empresas já está solicitando que os candidatos estejam cursando o ensino superior); como, também, não viabilizará o ingresso nas universidades públicas e gratuitas (e as universidades privadas já não realizam um “processo seletivo” há alguns anos). Portanto, que modelo de escola atenderá a demanda de um imenso contingente de jovens que não se sentem representados e amparados em suas ambições e projetos pelo Brasil do século XXI?
(c) Um terceiro fator está ligado ao ensino superior. O Brasil vive desde 1995, um movimento de expansão do ensino superior privado. A explicação aos fatos reside na percepção do Ministério da Educação, à época dirigido pelo Ministro Paulo Renato de Souza, amparado em avaliações dos mecanismos internacionais – Banco Mundial, preponderantemente, através de um estudo intitulado “La enseñanza superior: las lecciones derivadas de la experiencia” – de que o país necessitava de um choque no sistema de ensino superior. Ampliar as vagas constituía a condição básica para o desenvolvimento econômico, bem como garantia de distribuição de renda (no Brasil do final século XX, diploma de graduação ainda era garantia de empregabilidade, criando um fosso na remuneração entre os indivíduos com ensino superior formal e aqueles que não tinham tal possibilidade). Para alcançar os dois desafios, levando em consideração que a União não possuía as condições econômicas para investir maciçamente no setor, priorizou-se a expansão pela autorização de vagas no setor privado. Tivemos desde então uma corrida pelo credenciamento de faculdades e autorização de cursos que fez com que o sistema ultrapasse a marca de 2.140 instituições de ensino, com mais vagas do que alunos formandos no segundo grau em condições de pagar mensalidades. Com isso, o próximo movimento que acompanharemos estará estruturado em torno da fusão de pequenas instituições por grandes grupos educacionais – lembro aqui de três, a título de ilustração, Anhangüera Educacional / SP, Estácio de Sá / RJ e Kroton Educacional / Pitágoras / MG – que passarão a comprar as pequenas faculdades do país. (
(d) Outro movimento importante consiste na quebra dos limites formais entre escola / mundo acadêmico e ambiente de trabalho / profissional. As entidades associativas, as empresas, os partidos políticos, os sindicatos, também passarão a oferecer modalidades distintas de formação, conveniados ou não com instituições de ensino. Assim, MBA’s corporativos, cursos in company, projetos como escola de fábrica, a título de exemplos, serão a regra nos próximos anos, em um grande movimento de “educação continuada”, ou seja, amparados na visão de que a relação entre a teoria e a prática (momento de aprender e momento de aplicar) está se esvanecendo, bem como a idade de estudar e a idade de trabalhar. Os indivíduos do século XXI terão de continuar estudando pelo resto de suas vidas, sob pena de ficarem na marcha do processo de transformação da sociedade.
Assim, prezada Sílvia, penso que as tendências apontadas não são diferentes para Passo Fundo. Todos os movimentos apontados já possuem reflexos na cidade. Desde a busca incessante do Secretário Municipal na viabilização da universalização do ensino básico, bem como a crise de projeto político-pedagógico das escolas de ensino médio, passando pela expansão do ensino superior privado – UPF, IMED, FACPORTAL, FAPLAN, SENAC, IFIBE, e agora, ANGLO-AMERICANO -, a organização dos setores produtivos e associativos para viabilizar formação permanente – a universidade corporativa do CDL, dentre tantas outras experiências.
As respostas a estes desafios é que colocarão Passo Fundo no mapa das cidades “inteligentes”, capazes de criar e atrair empreendimentos econômicos, atrair e manter talentos (por mais que muita gente ainda pense em contrário, indivíduos com inteligência fazem muita diferença) e viabilizar inovação tecnológica e de processos.
Como o senhor imagina que a instituição vai estar daqui há 20 anos?
A IMED será, daqui a vinte anos, a viabilização da visão original que orientou sua fundação, definida pelos seus sócios – Eduardo Capellari, Henrique Kujawa, Marcelino Pies, César Garbin, José Roberto Vanni, Volmir Fornari, Claudemir Braganholo, Rachelle Balbinot, Luís Cláudio Steglish -, em sua maioria professores universitários, desde antes da criação da faculdade.
Será uma instituição de 3.000 alunos de graduação; com uma rede de pós-graduação lato sensu alicerçada no sul do Brasil (oferecemos atualmente pós-graduação / especialização, através de convênios, em Passo Fundo, Erechim, Porto Alegre e Chapecó); reconhecida pela excelência no ensino e na sua capacidade de produzir conhecimento e soluções multidisciplinares para a região norte do Estado; com um corpo de professores de primeira linha – mestres e doutores capazes de superar os limites da visão acadêmica estreita que conduziu a relação das universidades brasileiras com o setor empresarial; com intensa interação com a comunidade, fundada na pluralidade, no espírito democrático e na tolerância às diferenças de pensamento.
Portanto, seremos uma instituição pequena, mas representativa das melhores práticas educacionais, capaz de atrair a atenção de alunos, pais, lideranças políticas e empresariais, nos diferenciando das instituições de massa que restarão ao movimento de compra e venda de faculdades que assistiremos nos próximos anos (até mesmo em Passo Fundo). As condições serão construídas paulatinamente. Passamos a fase inicial. A cidade de Passo Fundo está superando seu bloqueio de dialogar somente com uma instituição de ensino, e dá amostras de que este é um processo sem volta.
Na sua opinião quais são as principais profissões que irão se destacar no futuro em nosso município?
Passo Fundo é atualmente uma cidade prestadora de serviços. Complementará seu perfil nos próximos anos. O setor industrial passará a ter uma importância maior no PIB do município. Nestlé em Palmeiras das Missões, EMBARÉ em Sarandi, ITALAC em Passo Fundo, formarão uma cadeia industrial fundamental na economia da região, com reflexos fortes na cidade que vivemos. A BSBios, a UNIQUÍMICA, a criação de um pólo logístico, apontam outras mudanças. Vários dos investimentos mencionados estão sendo conduzidos por empresários e investidores de Marau, Colorado, Tapejara, Sarandi, Condórdia/ SC, Chapecó. Passo Fundo será, portanto um pólo de atração de investimentos e relações, o que demandará uma mudança brutal de pensamento dos nossos quadros políticos e empresariais. Ou nos tornamos ousados e empreendedores – tendo em vista o fim dos limites geográficos de Passo Fundo - ou seremos “comprados”, para utilizar uma gíria empresarial.
Respondendo à sua pergunta, penso que não existirão “as profissões do futuro”. Necessitamos de “habilidades do futuro”. Com isso, estou querendo dizer que para além da formação curricular – engenharia, administração, direito, etc – os indivíduos deverão possuir habilidades empreendedoras, visão global, domínio técnico de suas áreas e capacidade de produzir soluções a partir do diálogo com outras áreas do conhecimento.
Precisamos de bons médicos, mas capazes de dirigir clínicas, hospitais e sistemas de saúde. Precisamos de bons advogados, que sejam capazes de evitar litígios e não promovê-los. Precisamos de jornalistas que compreendam a comunicação para além das redações, que criem seus próprios espaços nas novas mídias existentes. Precisamos de bons programadores na informática, mas também sujeitos que criem empresas, gerem empregos, e entendam que o conhecimento não tem geografia (se tivermos boas soluções de software, competiremos em pé de igualdade com norte-americanos, europeus ou indianos).
Qual a contribuição da IMED na educação de Passo Fundo?
Sílvia, o grande português Fernando Pessoa cunhou uma frase que pode ser compreendida como emblemática em nosso tempo: “viver não é necessário; o que necessário é criar”. Apesar dos anos que nos separam a percepção do poema de Fernando Pessoa, em que reinterpreta a frase que “viver não é preciso, navegar é preciso”, apresenta uma capacidade ímpar de apreensão da realidade em que vivemos.
A grande contribuição da IMED para a cidade de Passo Fundo reside no compromisso em continuar crescendo, amparada nas premissas que sempre nos orientaram, mas cada vez mais, inovando na oferta dos cursos, na gestão, na compreensão do papel que devemos cumprir e na viabilização de sua visão estratégica, como expus anteriormente. Reinventando a própria forma de atuação das instituições de ensino superior, compartilhando conhecimentos, tecnologia, ensinando e, muito importante, aprendendo com nossos parceiros – sejam eles vinculados ou não ao mundo acadêmico.
Afinal, este é o papel de uma instituição de ensino superior em uma “sociedade do conhecimento”: não se apequenar diante dos desafios colocados, inovando sempre, pois “viver não é necessário; o que necessário é criar”.
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