segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Bradesco registra maior lucro entre bancos privados em 20 anos

O lucro do Bradesco no primeiro semestre deste ano é o maior entre bancos privados de capital aberto dos últimos 20 anos, segundo a consultoria Economática. Se considerar o Banco do Brasil, os R$ 4,007 bilhões de lucro, anunciados nesta segunda-feira, é o segundo maior do período.
De acordo com o levantamento da Economática, o maior lucro no primeiro semestre dos últimos 20 anos pertence ao Banco do Brasil, que em 2006 informou R$ 4,032 bilhões (valor ajustado pelo IPCA até junho deste ano).
Em conferência telefônica, o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano, atribuiu o desempenho do Bradesco ao cenário positivo da economia brasileira. Entre os fatores favoráveis, citou a recuperação da economia no semestre, "apesar dos problemas de infra-estrutura", as decrescentes taxas de desemprego, os investimentos entrangeiros no país e o aumento da renda da população.
Segundo ele, o cenário positivo deve se manter no segundo semestre, a despeito da crise das hipotecas nos Estados Unidos, que tem assustado os mercados nas últimas duas semanas.
"Não vejo risco de contágio da economia e nas operações de crédito imobiliário no país, já que não é o mesmo sistema aqui e nos Estados Unidos. O mercado se ajusta rapidamente. Os fundamentos da economia brasileira são favoráveis", disse Cypriano.
Do ponto de vista operacional do Bradesco, maior banco privado do país, Milton Vargas, vice-presidente, identificou o crescimento de 27,9% do lucro semestral ao "aumento do volume das operações de crédito e da receita de serviços bancários, fruto de uma maior base de clientes e da aquisição da Amex, ao controle rígido de custos e ao aumento das atividades de seguros, previdência e capitalização".
"O maior destaque do desempenho do banco é o segmento de seguros, previdência e capitalização, que atingiu R$ 1,2 bilhão, no 14º trimestre consecutivo de crescimento, nos mantendo como líderes em faturamento no Brasil e na América Latina", afirmou Cypriano.
Segundo a empresa, atividades de seguros, previdência e capitalização representaram 31% do lucro líquido no semestre e as atividades financeiras, 69%, a R$ 2,782 bilhões.
Crédito
Os ativos totais do banco atingiram R$ 290,56 bilhões, salto de 24,7% sobre junho do ano passado. Também um dos propulsores da expansão do Bradesco, a carteira de crédito --considerando avais, fianças e cartões de crédito-- totalizou R$ 130,81 bilhões, em um avanço de 22,9% sobre o primeiro semestre de 2006.
A estimativa do Bradesco é ampliar a carteira de crédito entre 20% e 25% neste ano. Para o segmento de pessoas físicas, a taxa de crescimento é de 25% a 30%. E para o segmento de pessoas jurídicas, foi revisada para entre 21% e 27%, ante a estimativa inicial de 19% a 24%.
Até junho deste ano, as operações com pessoas físicas foram de R$ 49,83 bilhões, número 21,9% superior na comparação com o saldo do mesmo período de 2006. No segmento de pessoas jurídicas, o saldo em junho deste ano foi de R$ 80,98 bilhões, num incremento de 23,5%.
Quanto à inadimplência, Vargas anunciou expectativas de manutenção dos níveis de inadimplência, acompanhando a perspectiva de expansão do crédito.
"À medida que aumenta o crédito, aumenta a inadimplência em números absolutos, mas os percentuais se mantêm os mesmos. Mas nosso nível é confortável. Com o aumento do emprego e da renda, não há receio de que aumente muito", afirmou Vargas. (Fonte: http://www.folha.uol.com.br/)

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